Brasília – O fim da verticalização nas eleições deste ano foi o tema principal de um encontro hoje (25), no Palácio do Planalto, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador José Sarney (PMDB-AP). Segundo Renan, Lula voltou a repetir o que disse ontem (24), na reunião com líderes da base aliada, que não é contra o fim da verticalização. A matéria está na pauta de votações de hoje na Câmara dos Deputados.
A verticalização impõe aos partidos que realizem, nas eleições estaduais, coligações eleitorais semelhantes às realizadas nas eleições presidenciais. Renan Calheiros disse que a preocupação do presidente Lula é respeitar a posição de cada partido: "Ele não era contra acabar com a verticalização, mas não queria que isso caracterizasse um ‘estupro’ no PT, que fosse uma decisão dos outros partidos e do PT, não. Ele tinha esta preocupação e, por isso, queria conversar".
Renan lembrou que, durante a semana, conversou sobre o assunto com o PTB e o PFL e com setores do PSDB. As conversas serviram como um "reforço para que possamos, mais tarde, acabar com essa camisa de força", afirmou Renan.
Para ele, o PMDB é o partido que está mais coeso no que diz respeito à derrubada da verticalização nas eleições de 2006. "Conversei com setores do PMDB, e são poucas as dissensões no partido", disse o presidente do Senado.
Ele afirmou que, em tese, defende eleições verticalizadas. No entanto, destacou que, no atual cenário partidário, a medida é inviável. "Eu defendo a verticalização como princípio, como conceito, mas não acho que deva ser o pressuposto da reforma. Ela tem que ser a conseqüência da reforma política, porque uma coisa é verticalizar quatro ou cinco partidos. Outra coisa é verticalizar 30 partidos, seria verticalizar o caos", afirmou.