Fazendo caixa

Os governadores dos estados desenvolvidos puseram um cão de guarda na boca do cofre. A ordem foi evitar gastos no semestre recém-findo, dando lugar a uma política de rigorosa austeridade nas despesas correntes.

O jornal Valor Econômico demonstrou na edição de ontem essa faceta inusual de gestores estaduais, quando a regra geral é a gastança ilimitada, sobretudo nos períodos que antecedem as eleições, quando o titular é candidato à reeleição.

Enquanto a arrecadação de ICMS teve uma ascensão invejável, os gastos diminuíram e os estados ricos pautaram a dança pelo diapasão do governo federal, que também realizou volumoso superávit primário.

Somente o Estado de São Paulo contabilizou a economia de R$ 10 bilhões, ao passo que o total das receitas chegou a R$ 47,5 bilhões, 15% a mais que entre janeiro e junho do ano passado. Minas economizou R$ 3,15 bilhões e o Rio de Janeiro, R$ 2,4 bilhões, em seguida aparecendo o Paraná com R$ 1,8 bilhão. Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Pernambuco e Ceará tiveram preocupação semelhante.

A receita parece tornar-se mais palatável quando se sabe que no próximo ano haverá eleições municipais e os governadores, eleitos ou reeleitos, pretendem ter atuação marcante no processo, de olho gordo em 2010. Para isso, é indispensável ter dinheiro em caixa.

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