Exportação de frango deve cair mais que o previsto

A queda no consumo mundial de carne de frango provocado pela disseminação da gripe aviária na Europa e na Ásia fez os exportadores brasileiros revisarem para baixo, mais uma vez, as projeções para este ano. Em julho, a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef) traçava duas projeções para as vendas do País. No cenário mais positivo, em 2006 a receita cairia 10,1% para US$ 3,153 bilhões ante 2005, e o volume embarcado recuaria 10,6% para 2,544 milhões de toneladas.

Tais números dependeriam de um aumento de 5% no volume exportado e de 10% no preço do frango com relação ao primeiro semestre do ano. No cenário mais pessimista, mantidos preços e volumes médios do primeiro semestre, a receita total do ano recuaria 16 8% para US$ 2,92 bilhões e os embarques cairiam 12,8% para 2,482 milhões de toneladas.

Agora, a projeção para o ano ficou um pouco mais pessimista. De acordo com números divulgados hoje pela Abef, as exportações de 2006 deverão cair 14% para 2,446 milhões de toneladas, na comparação com as 2,846 milhões de toneladas em 2005. A receita deverá recuar 18,4% para US$ 2,862 bilhões, ante US$ 3,509 bilhões apurados no ano passado. O preço médio do quilo de frango exportado deverá fechar o ano com queda de 5% para US$ 1 17.

O momento é particularmente delicado para as exportações de carne de frango. Segundo Ricardo Gonçalves, presidente da Abef, três fatores concorrem para o cenário projetado para o ano: superestocagem nos principais consumidores, queda do consumo mundial por conta da gripe aviária e superprodução de aves no Brasil. Embora exista necessidade de ajustar a oferta interna, a Abef informa que o alojamento de matrizes de aves aumentou em junho e julho.

O diagnóstico de um novo foco de doença de Newcastle esta semana desta vez em Manaus, não deve ter impacto nas exportações de frango até o final do ano, segundo Ricardo Gonçalves. Mas ele cobra do governo o Plano Nacional de Prevenção à Gripe Aviária e à Doença de Newcastle, cuja implementação está pelo menos três meses atrasada. "Até agora não foram liberados os 283 milhões de reais da verba prevista para o plano", afirma.

Voltar ao topo