Expectativa quebrada

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE), extensão do Poder Judiciário com a prerrogativa institucional de fazer cumprir as normas legais relacionadas com o processo eleitoral, espera até amanhã para receber o resultado dos entendimentos entre os vários partidos, quanto à composição das chapas e coligações correspondentes, a se inscrever em caráter definitivo à sucessão do governador Roberto Requião. A expectativa sobre quem serão os candidatos a vice-governador nas chapas lideradas por Roberto Requião e Osmar Dias será, finalmente, quebrada.

Nas últimas horas a conversação entre dirigentes partidários e operadores políticos deve ter chegado ao ponto culminante, mas, para saber se os nomes revelados amanhã serão os mais convenientes, segundo o gosto cambiante dos eleitores, ainda será necessário aguardar até a liberação das indefectíveis pesquisas de boca de urna, poucos momentos depois do encerramento das eleições, o mais tardar no início da noite de 1.º de outubro. Só então se saberá, no caso da eleição para o governo estadual, se ao menos uma das escolhas partidárias teve a suficiência requerida para decidir a questão no primeiro turno, ou se a conjuntura resultou no alinhamento das demais correntes, forçando a transferência do imbróglio para o dia 28.

Os próximos três meses serão dedicados à campanha dos candidatos à eleição geral, do presidente da República a deputados estaduais, passando por governadores, senadores e deputados federais. Um período de intensa movimentação que se repete a cada quatro anos com a intersecção – passados dois anos – das campanhas destinadas à eleição de prefeitos e vereadores em todo o País. Há muitas opiniões favoráveis à coincidência das eleições, que só assim passariam a ser gerais, além da extensão do mandato dos eleitos para cargos executivos para cinco anos, ficando eliminado o instituto da reeleição. Pela manifestação até aqui percebida, tanto o atual presidente da República quanto seu principal contendor, Geraldo Alckmin, anteciparam um item que desejam inserir no projeto da reforma política, o fim da reeleição.

Voltando ao caso da sucessão estadual, para oficializar a chapa com o deputado Hermas Brandão (PSDB) na posição de vice-governador, o PMDB depende da decisão do presidente nacional tucano, senador Tasso Jereissati, que, sob influência do grupo estadual avesso ao apoio a Requião, vetou a coligação informal desenhada por ele e Hermas Brandão. Assunto que forçosamente deverá bater no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), instância em que o presidente da Assembléia Legislativa imagina ver superada a intromissão de Jereissati, tendo em vista as inúmeras decisões correlatas assumidas pela corte. Se o PMDB for impedido de coligar-se com o PSDB, Orlando Pessuti está pronto para repetir a dobradinha de 2002, ao passo que a vaga para o Senado será confiada ao ex-governador Paulo Pimentel.

O candidato a vice na chapa de Osmar Dias deverá sair do conjunto de partidos coligados com o PDT (PTB, PP, PSB, PTC, Prona, PMN, PTN e PTdoB), que reservaram ao senador o direito da escolha. O ex-prefeito de Guarapuava Victor Hugo Burko (PL) é o vice da chapa de Flávio Arns (PT) e Marcelo Puppi (PFL), presidente da Câmara de Vereadores de Campo Largo, foi indicado para a mesma posição ao lado de Rubens Bueno (PPS).

Partidos de menor densidade eleitoral também concorrem à eleição para o governo estadual (PV, PSOL, PSDC e PRTB), isolados ou em coligação, esperando dar sua contribuição específica ao ritual da democracia. Com a espada de Dâmocles, a cláusula de barreira, pendendo sobre a cabeça.

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