As projeções de inflação continuam em queda há oito semanas, em todos os segmentos pesquisados, no atacado e no varejo. As estimativas dos analistas financeiros para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que abrange os gastos das famílias com renda de até 40 salários mínimos por mês, se aproximam das projeções do Banco Central.
De acordo com o boletim Focus, distribuído hoje pelo BC, as expectativas para o IPCA deste ano caíram de 5,94% para 5,72% em relação à pesquisa da semana anterior. Esta é a oitava queda seguida dos preços no varejo, seguindo a tendência dos preços industriais, que começaram a desacelerar há dez semanas.
A forte queda da projeção do IPCA de 2005 deveu-se, principalmente, à deflação (inflação negativa) de 0,02% no mês passado, conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas, contraditoriamente, a mesma pesquisa realizada com uma centena de consultores e instituições financeiras estima aumento de 4,85% para 5% nos próximos 12 meses ? mesma projeção para 2006.
As estimativas dos economistas para o curto prazo apontam inflação em baixa no mês em curso, caindo da projeção anterior de 0,46% para 0,40%; o mesmo acontece com a perspectiva de IPCA para agosto, que cai de 0,43% para 0,40% em relação à pesquisa da semana passada.
A queda aparece também nas estimativas de reajustes acumulados dos preços administrados por contrato ou monitorados – combustíveis, energia elétrica, telefonia, água, saneamento, educação, saúde, transporte público e outros. O cálculo anterior, de 7,43%, caiu para 7,20% neste ano e a projeção para 2006 cedeu de 5,80% para 5,75%.
As estimativas de aumento acumulado dos preços no varejo na cidade de São Paulo tiveram queda acentuada, de 5,75% para 5,40%, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor, medido pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (IPC-Fipe) da Universidade de São Paulo (USP). Estimativa que se aproxima mais ainda da "meta ajustada" do BC para inflação de 5,1%.
No atacado, o Índice Geral de Preços ? Disponibilidade Interna (IGP-DI) prevê aumentos de 4,55% no ano, contra projeção de 4,94% na pesquisa anterior; e o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) também baixou de 4,75% para 4,65%.