Ex-ministro diz que importância de Dirceu parecia maior do que realmente era

"Criou-se a impressão de que José Dirceu tinha uma interferência muito maior do que efetivamente tinha", defende o ex-ministro da Ciência, Eduardo Campos, que reassumiu o mandado de deputado pelo PSB de Pernambuco. Campos depôs como uma das testemunhas de defesa do deputado federal José Dirceu (PT-SP).

"Presenciei várias situações em que a opinião dele não prevaleceu. Ele não era um ministro como todos os outros, mas não era tanto como se fala", disse o deputado, ao sair do depoimento. Campos também afirma que, quando ministro, nunca houve interferência de José Dirceu nas nomeações de cargos.

O deputado também afirmou nunca participou de compra de votos em 2003, quando foi líder da bancada do PSB na Câmara dos Deputados. Mesmo nos pedidos de apoio para parlamentares de oposição, Campos diz que as negociações eram sobre o conteúdo dos projetos.

Segundo Campos, a negociação para aprovação de projetos foi sempre normal, com base em "longos processos de debates e negociações". O ex-ministro diz que também havia reuniões na Casa Civil, quando o ministro José Dirceu era acumulava a articulação política. Campos afirma que eram reuniões normais de negociação política. "Em nenhuma dessas reuniões que participei na Casa Civil estavam o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, ou o secretário-geral, Silvio Pereira", diz.

"Nunca fui amigo particular de José Dirceu e tive diferenças políticas com ele, mas ao longo desta convivência nunca presenciei nenhum ato que o desabonasse como cidadão e figura pública", afirmou. "Sinto-me totalmente à vontade para prestar esse tipo de declaração".

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