Ex-governador do Maranhão comprou imóvel de R$ 3 milhões

Quando assumiu o governo do Maranhão, em 2002, José Reinaldo Tavares declarou patrimônio de R$ 535,34 mil. Declarou, ainda, que ele e Alexandra Miguel Cruz Tavares, então sua mulher, tinham dívidas com o Banco Daimler Chrysler S. A. e com a Paulo Octavio Investimentos Imobiliários nos valores, respectivamente, de R$ 40 mil e R$ 319,1 mil. O resultado: patrimônio líquido de R$ 176,24 mil.

Em abril de 2006, seu último ano no Palácio Henrique de La Rocque, sede do governo maranhense, José Reinaldo adquiriu em Brasília, na Superquadra Norte 109, imóvel avaliado em R$ 3 milhões. Uma cobertura dúplex com 681,9 metros quadrados de área privativa, 4 suítes, hidromassagem, ar-condicionado, varandas, 4 vagas na garagem e lazer completo, incluindo piscina, saunas e churrasqueira. É uma ?mansão suspensa?, definem amigos do ex-governador, que agora é alvo da Operação Navalha porque teria favorecido a Construtora Gautama por meio de contratos para obras fantasmas.

Antes de cair na malha-fina da Polícia Federal e da Procuradoria da República, José Reinaldo pôs à venda a cobertura. A PF suspeita que o ex-governador pretendia se desfazer de seu bem mais valioso antes que fosse tornado indisponível. Mas não houve tempo porque o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decretou o bloqueio patrimonial de todos os envolvidos em suposto esquema de fraudes em obras públicas.

A compra do apartamento de R$ 3 milhões é objeto de apuração do Ministério Público a partir de denúncia formalizada pelo advogado Marcos Coutinho Passos Lobo, de São Luís, que acusa o ex-governador de improbidade, peculato e enriquecimento ilícito. Para o advogado, ?é surpreendente? que José Reinaldo e Alexandra em 4 anos – período no qual percebiam apenas subsídios como agentes públicos -, tenham pago a dívida de R$ 359.107,24, declarada em 2002, e ainda adquirido imóvel no valor de R$ 3 milhões.

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