Ex-ditador da Etiópia é condenado à prisão perpétua

O ex-ditador etíope Mengistu Haile Mariam foi condenado nesta quinta-feira (11) à prisão perpétua sob a acusação de genocídio e outros crimes cometidos durante seu sangrento governo, conduzido à mão de ferro. Porém, Mengistu não deve passar nem um dia atrás das grades, uma vez que agora ele vive confortavelmente no exílio, no Zimbábue. Ele foi derrubado em 1991 por rebeldes liderados por Meles Zenawi, atual primeiro-ministro da Etiópia. O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, afirmou que não vai deportar Mengistu contanto que ele se abstenha de qualquer atividade política.

Parentes das vítimas do governo de Mengistu disseram que a sentença deveria ter sido mais dura: morte. O promotor chefe Yosef Kiros também afirmou que deveria ter sido aplicada a pena de morte, e acrescentou que os promotores devem apelar da sentença. "É uma vitória para Mengistu", afirmou Mulugeta Aserate, primo do imperador Haile Selassie, que foi derrubado pela junta militar de Mengistu, em 1974. "Essas pessoas deveriam ter sido condenadas à morte pelo assassinato em massa de cidadãos etíopes.

Mulugeta estava na Suprema Corte Federal para ouvir o veredicto. Em 12 de dezembro, Mengistu havia sido declarado culpado e condenado ‘in absentia’, depois de um julgamento de 12 anos, que foi um caso raro de um africano poderoso a ser processado por seu próprio país a prestar contas de atos cometidos durante seu governo. O julgamento se concentrou no suposto envolvimento de Mengistu na morte de quase 2 mil pessoas durante uma campanha entre 1977 e 1978, conhecida como Terror Vermelho.

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