Ex-coordenador de Mercadante era assessor do Senado

Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha do petista Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo, recebia salário como assessor do Senado até a Polícia Federal descobrir que ele estava envolvido na compra do dossiê Vedoin. A legislação (Lei nº 9.504/97) proíbe a utilização de servidor público para comitês de campanha.

No dia 13 de março, dois meses antes de Mercadante vencer as prévias do PT e se tornar candidato oficial do partido, Lacerda foi contratado pelo Senado para o cargo em comissão, sem concurso público, com o salário de R$ 4.515 mensais para exercer atividades no gabinete do senador Mercadante. Nessa época, Mercadante já percorria o Estado em busca de votos para vencer Marta Suplicy nas prévias do partido. Fantasma em Brasília, Lacerda trabalhava no escritório do Senador em São Paulo, segundo informou a assessoria petista.

Na semana passada, cinco dias depois de a Polícia Federal ter apontado o envolvimento de Lacerda no episódio do dossiê Vedoin, o boletim administrativo do Senado publicou a exoneração do assessor. Nesta sexta-feira (29), Mercadante disse que o trabalho do dublê de assessor do Senado e coordenador de sua campanha era acompanhar o fechamento dos programas de TV e de rádio, o que era feito à noite. Segundo Mercadante, o trabalho de Lacerda na coordenação de campanha era compatível com outras atividades que o assessor poderia exercer.

A PF identificou Lacerda como o homem que levou a mala de dinheiro para os petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha, presos no dia 15 no Hotel Íbis, em São Paulo. Lacerda negou nesta sexta-feira que na mala houvesse dinheiro. Segundo peritos da PF que analisaram imagens gravadas pelo circuito interno do hotel, Lacerda esteve no Íbis entre 8h51 e 9h entregando uma mala a Gedimar Passos.

Voltar ao topo