EUA querem garantias para negociar subsídios agrícolas

Os EUA sinalizam que estão dispostos a negociar subsídios agrícolas. Contudo, fica claro que eles vão exigir uma contrapartida. Hoje, em duas ocasiões, esta realidade ficou evidente. A representante do país para o Comércio, Susan Schwab, insistiu que os EUA não apresentarão um "ajuste" na oferta de cortes de subsídios aos agricultores antes que os demais parceiros da Organização Mundial do Comércio (OMC) exponham suas "cartas" sobre a abertura de seus mercados agrícolas.

No Uruguai, em outra ocasião, o presidente norte-americano, George W. Bush, disse que os EUA estão preparados para reduzir subsídios agrícolas, mas querem assegurar acesso de seus produtos a mercados.

Recado entendido, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o Brasil está disposto a negociar a remoção de obstáculos ao setor industrial. De acordo com ele, as negociações entre os dois países estão progredindo. Schwab e Amorim reuniram-se um dia após a visita de Bush ao Brasil, durante a qual as questões comerciais tiveram destaque.

Ao lado de Amorim, com quem se reuniu por quase três horas, Schwab mostrou-se preocupada com o "risco real" de a Rodada Doha da OMC, fracassar, nos próximos meses, devido à ausência de um acordo "ambicioso e equilibrado" a respeito dos limites para os subsídios agrícolas. Susan disse ao ministro que o Brasil tem um papel-chave para que se chegue a um acordo de livre comércio em todo o mundo. "Estou cautelosamente otimista de que chegaremos a uma solução", disse ela. "Se não encontrarmos uma solução nesta oportunidade, a Rodada Doha estará em risco.

Ambos disseram não haver um prazo oficial para que se encontre uma solução sobre a Rodada Doha. Para Amorim, isso deve ocorrer até abril ou maio. Porém, segundo Susan, para isso serão necessários muitos meses.

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