Etanol e biodiesel são a ponte para a economia do futuro, diz Dilma Rousseff

São Paulo (AE) – O álcool combustível e o biodiesel são a ponte entre a economia do petróleo e a economia futura, com base no hidrogênio. A afirmação foi feita pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, no seminário "Proálcool – 30 anos depois", e reflete o entusiasmo do governo com uma tendência lançada pelo Brasil há 30 anos.

Na avaliação de Dilma, essa "ponte" permite que os países desenvolvidos e alguns em desenvolvimento – caso da China – atinjam os padrões de emissão de poluentes definidos pelo Protocolo de Kyoto. "Estamos em situação altamente favorável", reiterou a ministra, ressaltando que o Brasil é o país mais competitivo e com mais condições de ser o grande fornecedor mundial de "combustível verde".

A ministra explicou que há várias alternativas em estudo para substituir o petróleo, incluindo a energia solar, elétrica e as células de hidrogênio. Enquanto essas alternativas não se mostram totalmente eficientes, o álcool cumpre o papel de transição e pode, no futuro, ser incorporado ao que a ministra chama de "economia do hidrogênio". "Há quem diga que o etanol é uma solução localizada. Mas não é, porque vai se incorporar às novas tecnologias em desenvolvimento", afirmou. Dilma informou que o Brasil também desenvolve estudos sobre energia à base de hidrogênio e em 2007 deve anunciar um programa de pesquisas nessa área. "Por enquanto, são só estudos", ressaltou.

Na avaliação da ministra, que já comandou a pasta de Minas e Energia, a vantagem competitiva do Brasil no etanol torna toda a cadeia produtiva do álcool, da plantação de cana até as fabricantes de veículos bicombustível, bem posicionada para disputar mercados externos, garantindo assim renda e se transformando numa alavanca de crescimento do setor de energia do Brasil.

A ministra fez um balanço positivo do Proálcool, que completa 30 anos em 2005. Para ela, o Brasil fez na década de 1970 o que nenhum outro país fez: como a crise do petróleo elevou os preços às alturas, o Brasil, país continental, utilizou uma vantagem competitiva e transformou o álcool em uma economia pujante. "Ninguém consegue comercializar carro com célula solar, elétrica ou de hidrogênio. Mas nós criamos um mercado imenso com o álcool", disse a ministra.

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