Estudo revela que crédito ao consumo sobe 340% em 10 anos

O crédito destinado ao consumo (cheque especial, empréstimo pessoal, cartão de crédito e financiamento de bens, entre outros) cresceu 340,7% na última década, passando de um saldo de R$ 31,4 bilhões em 1995 para R$ 138,4 bilhões em julho deste ano, segundo estudo da Partner Consultoria.

As operações representam hoje 7,2% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 2,4% há dez anos. "Considerando-se a mesma taxa anual de crescimento de 14% dos empréstimos e uma evolução do PIB projetada de 4% ao ano para os próximos dez anos devemos atingir a marca de R$ 312 bilhões em crédito ao consumo em 2015, o que representará 12% do PIB", disse o sócio-diretor da Partner, Álvaro Musa.

Para ele, apesar do ritmo acelerado de expansão nos últimos anos, o crédito ao consumidor no Brasil ainda tem potencial para evoluir. Isso porque, mesmo em relação a outros países subdesenvolvidos, o nível de endividamento do brasileiro é baixo. No Chile, por exemplo, a relação desse empréstimo com o PIB é de 9,5%. A perspectiva de queda dos juros também ajudará no crescimento, segundo Musa.

Segundo a pesquisa da Partner, nos últimos cinco anos o perfil do mercado de crédito ao consumidor passou por grande transformação. A mudança mais recente é o avanço do crédito pessoal, que ganhou fôlego por causa de mudanças na legislação que permitiram que bancos e financeiras descontassem as parcelas dos empréstimos diretamente do salário ou benefício dos trabalhadores e aposentados.

Em 2000, a participação do crédito pessoal em relação ao total destinado ao consumo era de 34%. Em julho, a participação já estava em 41,4%. De acordo com Musa, o cheque especial foi a linha que mais perdeu terreno para o crédito pessoal, passando de 13,5% do saldo de crédito em 2000 para 8,4% neste ano.

O sócio da Partner disse que outra modalidade que vem ganhando espaço nos últimos anos é o cartão de crédito, que saiu de 5,8% de participação há 5 anos para 7,3% em julho de 2005. O número de cartões bandeira avançou 106%, para 58 milhões de unidades. O private label (marca própria) teve expansão de 93%, para 81 milhões de unidades.

De acordo com Musa, apesar do forte crescimento nos últimos anos, a inadimplência no crédito ao consumo caiu. "Em maio de 2002, os créditos vencidos há mais de 90 dias atingiram pico de 13%. Hoje, o porcentual está em 5,8%", afirmou. Isso se deve a vários fatores, como estabilidade econômica e criação do crédito consignado, que tem inadimplência próxima de zero e contribui para melhorar o perfil de toda a base.

Voltar ao topo