Estudo de bactéria pode levar a economia de R$ 850 mi com fertilizante

O Programa Genoma do Paraná (Genopar) concluiu um estudo de seqüenciamento da bactéria Herbaspirillum seropedicae, capaz de produzir amônia a partir do nitrogênio encontrado na atmosfera. O estudo pode levar a uma economia anual de cerca de R$ 850 milhões aos produtores de milho no Brasil. A bactéria também é encontrada no trigo, arroz, cana-de-açúcar e sorgo. Como adubo natural, promove o crescimento vegetal e aumenta a produtividade de grãos em até 30%.

"É um fertilizante barato e que reduz a agressão ao meio ambiente", afirma o professor do Departamento de Bioquímica da Universidade Federal do Paraná e coordenador do Genopar, Fábio Pedrosa. O próximo passo do grupo é melhorar a genética dessas bactérias para que elas passem a produzir mais amônia. O trabalho deverá demorar cerca de 2 a 4 anos. A bactéria é conhecida desde 1986, quando foi descoberta pela Embrapa Agrobiologia, do Rio de Janeiro.

De acordo com Pedrosa, o seqüenciamento genômico permitirá o completo entendimento da biologia e um melhor aproveitamento deste microorganismo, que vem sendo estudado há mais de 18 anos pelo Núcleo de Fixação de Nitrogênio da UFPR. Iniciado no segundo semestre de 2001, com investimento de R$ 6 milhões por parte do governo do Estado e de R$ 1,8 milhão do Ministério da Ciência e Tecnologia, os cientistas do Genopar conseguiram o seqüenciamento de 5.079 genes do genoma do H.seropedicae.

O Programa Genoma do Paraná inclui várias entidades, que puderam implantar uma rede de laboratórios com equipamentos de última geração para estudos de genômica e biologia molecular. Segundo Pedrosa, o próximo grande projeto do Genopar é o estudo dos genes do café para criação de variedades melhoradas da planta. "Podem ser criadas variedades mais resistentes à seca ou a terrenos salinos, por exemplo", adiantou o professor.

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