Estudo argumenta que Brasil perderá espaço até 2020

Um detalhado estudo com projeções até 2020 elaborado pela consultoria Economist Intelligence Unit (EIU) e patrocinado pelo grupo Cisco Systems deve alimentar o debate sobre qual o modelo de crescimento mais apropriado para o Brasil manter ou aumentar seu peso na economia mundial nas próximas décadas e fortalecer a renda de sua população.

Segundo o levantamento, quase 40% de todo o aumento do PIB mundial nos próximos 15 anos virá da China (27%) e da Índia (12%). O peso dos Estados Unidos na expansão econômica global continuará sendo relevante, com o país contribuindo 15,9%. O Brasil vêm muito atrás, colaborando com 2,4% para crescimento da economia global até 2020. Rússia e Indonésia (ambos com 2,3%) e Coréia do Sul (2,1%) completam o grupo de países cujo peso na expansão global será superior a 2%.

A economia brasileira, que atualmente é a 11ª maior do mundo, cairá para a 13ª posição em 2020, segundo a EIU, sendo ultrapassada pelas da Rússia e Índia. O estudo, elaborado com base em tendências econômicas históricas e entrevistas com mais de 1.650 executivos de empresas de todo o mundo, prevê que o PIB brasileiro registrará um crescimento médio anual de 3,2% nos próximos 14 anos. Já China registrará um crescimento médio de 6% e a Índia de 5,9%. Argentina e Chile também registrarão um crescimento superior ao do Brasil, de 3,6% e 4,6%, respectivamente.

O estudo prevê o PIB per capita do Brasil crescerá, em média, 2 3% por ano até 2020, uma performance bem inferior à da China (5 4%), Índia (4,6%). Na Argentina, o PIB per capital deverá crescer, em média, 2,7%. A média salarial no Brasil – que atualmente é mais do que o dobro do que as da China e Índia – deverá ser 30% inferior à chinesa dentro de 15 anos. A participação do Brasil nos gastos mundiais de consumo, que atualmente é de 1,6%, deverá declinar para 1,4%.

Os autores do estudo afirmam que a média de crescimento anual da América Latina, que ficará em torno de 3%, representará uma melhora em relação às décadas passadas, mas será decepcionante se comparada ao potencial da região ou à performance dos países asiáticos. "A estabilidade macroeconômica está sendo consolidada na região e tem havido progresso nas reformas estruturais", afirmaram. "Mas os problemas políticos na região vão dificultar a aprovação de dolorosas reformas fiscais e institucionais."

Eles observaram que o crescimento da população economicamente ativa na América Latina vai se desacelerar. "A qualidade do capital humano, em termos de saúde e capacidade da força de trabalho, fica atrás do existente nos mercados emergentes da Ásia e no Leste europeu."

O estudo afirma que os Estados Unidos vão continuar tendo o maior PIB do mundo dentro de 15 anos, além de manterem uma performance superior à de outros países ricos nesse período.

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