Estimativas de produção

O terceiro levantamento das estimativas de produção na safra de verão 2005/2006, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério da Agricultura e Abastecimento, revelou que embora com a diminuição da área plantada em 4,3% a produção de grãos será 9,3% maior: 124,4 milhões de toneladas, ou 10,5 milhões de toneladas a mais em relação à safra anterior.

A redução da estimativa de plantio se deveu, segundo averiguou o Ministério da Agricultura e Abastecimento, a uma tríade de circunstâncias adversas, dentre as quais a mais desgastante foi a perda de renda por parte dos produtores rurais. Eles também sofreram com taxas de câmbio desfavoráveis e a adversidade do clima, mas não renunciaram à vocação de produzir riquezas.

Neste ano agrícola a Conab aponta para as regiões centro-oeste e sul como as mais promissoras em termos de produção de soja e milho (93,6 milhões de toneladas na somatória), marcando a recuperação da quebra verificada na safra anterior.

A produção de soja deverá ser 13,1% maior que em 2004/2005, colhendo 6.723,5 mil toneladas a mais, ao passo que o milho terá expansão de 20,5%, ou 5.596,4 mil toneladas.

Os produtos que acusaram a maior perda de área plantada na safra atual foram o algodão, com menos 353,3 mil hectares (30%), e o arroz, que encolheu a área anterior em 728,4 mil hectares (20%). Além da frustração da safra desses produtos em 2004/2005, também os baixos preços pagos ao produtor contribuíram para o desestímulo atual.

O governo não fez comentários sobre o provável desabastecimento dos referidos produtos no mercado interno em 2006 e nem como pretende solucionar o problema, caso o mesmo aconteça. Como sempre, a alternativa será importar os produtos de outros países, mas essa é apenas uma hipótese.

A estiagem verificada em algumas regiões do sul, atenuada pelas chuvas recentes, causou algum desgaste na estimativa inicial de colheita, ao que parece já descontado no recente levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento.

Nos últimos anos, a agricultura brasileira tem acusado repetidos prejuízos com a instabilidade climática nas regiões de maior densidade de plantio, um risco que os produtores não têm condições de administrar. Contudo, são os fatores de ordem econômica os responsáveis pelo maior grau de insegurança do produtor rural.

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