Estamos nas quartas-de-final

A vitória valeu, mas faltou algo. O Brasil confirmou a superioridade e a tradição do nosso futebol e derrotou Gana por 3 a 0, gols de Ronaldo, Adriano e Zé Roberto. Apesar da vitória folgada, o jogo não foi tão fácil assim. Com um time lento, armado pelo técnico Parreira, a seleção voltou a repetir o mesmo futebol usado contra a Croácia e Austrália, irritando o torcedor.

O início parecia promissor. Logo com quatro minutos, Ronaldo recebeu um passe açucarado de Kaká, driblou o goleiro e marcou um belo gol. Além de abrir o marcador, Ronaldo conseguiu superar a marca de Gerd Müller e tornou-se o maior artilheiro de Copas, com 15 gols.

Pouco depois, Adriano, em posição irregular e numa jogada parecida com a que resultou no gol de Ronaldo, entrou livre na grande área, mas resolveu enfeitar demais a jogada e perdeu a chance de ampliar o marcador.

Após a pressão inicial, o Brasil, inexplicavelmente, recuou em campo e os "Estrelas Negras" começaram a gostar e a dominar o jogo. A sorte, porém, estava do lado do Brasil, uma vez que a seleção de Gana era um tanto quanto afoita e desperdiçava inúmeras oportunidades de empatar o jogo. Quando os ganeses acertaram o alvo, Dida estava lá para garantir o placar.

O primeiro tempo estava encaminhando para a vitória parcial mínima do Brasil quando Lúcio roubou uma bola de Emerson e lançou Kaká. Este tocou para Cafu, que cruzou para Adriano, impedido, marcar o segundo gol brasileiro. O tento marcado pelo "Imperador" foi o de número 200 do Brasil em Copas do Mundo.

Os jogadores de Gana reclamaram muito com a arbitragem, em especial o técnico Ratomir Dujkovic, que acabou sendo expulso pelo árbitro.

Segundo tempo monótono

Quem esperava um segundo tempo mais movimentado, acabou se decepcionando. A entrada de Gilberto Silva no lugar de Emerson trouxe mais mobilidade ao Brasil, mas a equipe seguia insistentemente tocando a bola de lado e demorando para sair em contra-ataques.

Com o resultado adverso, Gana saiu mais pro jogo, mas, mais uma vez, a falta de paciência e de lastro para a seleção africana acabou pesando. O time continuava pressionando, mas perdia inúmeras oportunidades.

O Brasil administrava o jogo e pouco atacava. O futebol burocrático e pragmático despertou as vaias dos torcedores presentes no estádio de Dortmund. Com quase 20 minutos do segundo tempo, Parreira colocou Juninho Pernambucano no lugar de Adriano. Já na segunda jogada do meia do Lyon, ele cruzou para área e quase que o jogador John Pantsil faz gol contra, num recuo de cabeça que exigiu a boa defesa do goleiro Kingson.

Perto do final do jogo, Ricardinho entrou no lugar de Kaká e deu uma incendiada na partida. Dos pés do ex-jogador do Paraná Clube, saiu o terceiro gol. Ricardinho deu uma belo passe para Zé Roberto entrar livre, chapelar, meio sem jeito, o goleiro, e tocar para o gol vazio, confirmando a presença brasileira nas quartas-de-final.

O Brasil poderia ampliar por mais duas vezes. Uma com Cafu, que resolveu enfeitar a jogada e dar um toque sutil para defesa do goleiro, e outra com Juan, que recebeu um passe de letra de Ricardinho e chutou em cima de Kingson.

No final, a vitória valeu por classificar o Brasil para as quartas. Todavia, espera-se um futebol mais objeitvo e prático da seleção mais vitoriosa da Copa do Mundo.

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