Os Estados Unidos e a China querem mudar um relatório preparado por centenas de climatologistas indicando que ações imediatas podem evitar os efeitos catastróficos do aquecimento global. Os dois países (os maiores emissores de gases do efeito estufa) questionam se as medidas de fato estabilizariam os níveis de gases na atmosfera a ponto de limitar o aumento da temperatura em 2°C.
Os americanos desejam reduzir o impacto das tecnologias existentes e aumentar o das futuras ainda não viáveis comercialmente – justamente as que recebem mais investimento de Washington. O objetivo seria estender o uso do carvão e petróleo como base da economia. A China, que prepara a inauguração de dezenas de termoelétricas a carvão nos próximos anos, também quer manter seu plano de crescimento.
As propostas serão debatidas numa reunião de cinco dias em Bangcoc, Tailândia, que começou ontem e precede a divulgação de mais um relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). Os dois volumes lançados neste ano mostram que a culpa pelo aquecimento é humana, e não uma variação natural do clima, e que a adaptação é necessária, uma vez que a situação vai se agravar.