Especialistas discutem no Rio energia a base de hidrogênio

Rio de Janeiro – Especialistas brasileiros e estrangeiros participam no Rio de Janeiro do 1º Encontro Brasileiro de Energia do Hidrogênio. Durante o encontro, aberto na manhã de hoje (28), estarão em debate fontes de obtenção, logística, transporte, segurança, armazenamento e formas de aplicação do hidrogênio.

O gás começa a ser utilizada de forma experimental em todo o mundo como alternativa para produzir energia elétrica capaz de abastecer indústrias, residências e inclusive movimentar veículos, com a grande vantagem de não poluir o meio ambiente.

Segundo o pesquisador do Instituto Nacional de Tecnologia, Marco Fraga, ?o mundo inteiro já está se estruturando para uma economia futura baseada totalmente no hidrogênio?.

Em entrevista à Agência Brasil, ele destacou a iniciativa brasileira no desenvolvimento de pesquisas para a utilização do hidrogênio. ?O Brasil está consciente dessa transição mundial para produção de energia de fontes limpas e existem investimentos, programas em universidades e órgãos governamentais para o desenvolvimento de pesquisas?, disse.

Fraga informou que desde o início do ano passado, o Instituto Nacional de Tecnologia coordena um projeto de produção de hidrogênio a partir de etanol (álcool combustível). O trabalho, realizado em parceria com o Centro de Pesquisas Energéticas e Nucleares (CEPEN) e o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL), visa criar uma célula à combustível com capacidade de 5 kilowatts. Segundo Fraga, o protótipo da célula deve estar pronto em 2008.

O etanol, produzido no Brasil em larga escala a partir da cana-de-açúcar, é apenas uma das fontes de hidrogênio. Ele também pode ser obtido a partir de gás natural, do óleo diesel, do metanol, do lixo urbano e rural e da água. ?Uma futura economia baseada no hidrogênio é muito mais democrática que a atual baseada no petróleo, porque permite que cada país possa utilizar seus recursos disponíveis ? fontes renováveis ou fósseis ? e adapte seu processo de produção de energia?, avaliou.

O pesquisador lembrou também as iniciativas da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Ministério da Ciência e Tecnologia, em parceira com a empresa municipal de transportes de São Paulo, que pretendem testar, no ano que vem, ônibus urbanos movidos a hidrogênio nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.

Ele ressaltou, no entanto, que pensar no hidrogênio inserido na matriz energética brasileira, usado em larga escala pela população exige ainda muitos estudos.

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