Especialistas alertam para risco de liquidez mundial

O capitalismo nunca viveu uma era de tanta fartura e por tanto tempo como agora. Com a economia mundial em ritmo acelerado e juros nos menores níveis da história, o dinheiro está queimando nas mãos dos investidores. Eles têm pressa em aplicar os recursos – seja no mercado financeiro ou na compra de empresas – antes que a onda de otimismo acabe. Na semana passada, economistas e entidades internacionais alertaram para os riscos do excesso de liquidez mundial. A história ensina que esses ciclos terminam sempre de forma abrupta e podem causar sérios danos à economia global.

Um dos focos de preocupação é o excesso de fusões e aquisições. Segundos dados da Thomson Financial, de janeiro a maio deste ano tais transações movimentaram US$ 2,18 trilhões (R$ 4,25 trilhões), 77% mais que o total de igual período de 2006, já um recorde. Outro sinal dos tempos: 20% dessas operações foram feitas por fundos de private equity, especializados em comprar empresas. Há dez anos, a participação desses fundos era de 3,2%.

O que chama a atenção é a magnitude dos negócios, que até então envolviam empresas de médio porte. Apenas uma aquisição na história da indústria de private equity tinha superado os US$ 20 bilhões até o primeiro semestre de 2006. De lá para cá, já houve seis operações acima do valor. Entre elas, a venda de participação da Equity Office Properties Group para o Blackstone por US$ 24,6 bilhões e a oferta de US$ 32,1 bilhões pelo controle da empresa americana de energia TXU, segundo a Thomson Financial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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