Esforço do etanol

Dentre as virtudes indiscutíveis do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar dos inúmeros vezos pessoais que obscurecem sua administração, a mais expedita tem sido a pronta disposição de sair pelo mundo a fim de propagar as vantagens do País em campos específicos, tais como a produção de biocombustíveis.

Lula está nesse momento finalizando uma visita de chefe de Estado aos países escandinavos (Finlândia, Noruega, Suécia e Dinamarca), perfeitamente à vontade no papel de caixeiro-viajante do etanol doméstico, sem esquecer de acrescentar ao contexto a importância estratégica dos países emergentes.

De leve, aproveitou uma audiência marcada por elevados níveis de politização e intelectualidade, para dar um recado expresso sobre a recente crise econômica nos Estados Unidos. Foi categórico ao declarar que a mesma foi provocada pelo ?cassino? das finanças internacionais, o inveterado cultor da especulação e do ganho fácil.

O Brasil mantém relacionamento bilateral discreto com a Escandinávia. Segundo o Itamaraty, em 2006, as trocas chegaram a US$ 3,8 bilhões, embora no mesmo período os investimentos dos países nórdicos no Brasil atingissem a soma de US$ 4 bilhões.

Um jornal de Helsinque, capital da Finlândia, prevê que o cenário tem tudo para melhorar, lembrando que daqui em diante nenhuma decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) poderá ser tomada, sem considerar a posição do G20, bloco dos países em processo de desenvolvimento liderado por Brasil e Índia.

A mesma fonte citou o recente pronunciamento do presidente francês, Nicolas Sarkozy, quanto à admissão do Brasil no G8 (grupo das maiores economias mundiais), além da vaga permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

Voltando ao tema central da viagem de representação de Luiz Inácio às longínquas paragens do norte da Europa, o presidente sublinhou que a expansão da produção de etanol é um fator irreversível para o alívio da pobreza de grande parte da população dos países emergentes.

É cedo para adiantar resultados, mas a expectativa aberta é bastante promissora, sobretudo na responsabilidade do cumprimento das normas estipuladas pelo Protocolo de Kyoto.

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