Escoamento da safra pelo Porto de Paranaguá ficará mais fácil

As filas de caminhões que se formam ao longo da BR-277, no trecho entre Curitiba e o Porto de Paranaguá, durante os períodos de escoamento da safra deixarão de existir. Os armazéns da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em Ponta Grossa, estão sendo transformados em área retroportuária. A Superintendencia da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) está concluindo a formalização do protocolo de intenções que será assinado com a Conab, no início de janeiro, com o objetivo de viabilizar o projeto já para a próxima safra agrícola, que começa a ser escoada em março.

Segundo o superintendente do terminal, Eduardo Requião, serão beneficiados principalmente os pequenos produtores e exportadores que não têm recursos para construir armazéns na área primária e que, por isso ficam obrigados a armazenar seus produtos na estrada, ou seja, nos caminhões graneleiros.

O armazém da Conab funcionará como um "silo-pulmão" do porto, explicou o superintendente. Paranaguá aumentará a capacidade de armazenagem em 420 toneladas que, somadas a 1,1 milhão já existentes, utrapassará 1,5 milhão de toneladas. Assim como os silos públicos de Paranaguá, os de Ponta Grossa também serão de fluxo e contarão com dois meios de transporte para escoar a safra: rodoviário e ferroviário.

A fila de navios também será agilizada com a pronta oferta do produto. "Cerca de US$ 1 milhão por noite são jogados no mar devido ao carregamento demorado de navios. São 3.500 caminhões por dia aguardando a vez de escoar a carga, o que piora na época de chuva", disse Eduardo Requião. Na medida em que a logística está qualificada para o recebimento e para o escoamento da safra, o demurrage (valor pago pelos armadores pelo tempo de espera do navio) cai praticamente a zero, explicou o superintendente, porque haverá sincronia, com comunicação on-line com Ponta Grossa.

A idéia do superintendente é que o projeto seja estendido para outros armazéns da Conab, espalhados pelo Brasil, que poderão funcionar também como silos de fluxo de grãos.

Segundo os cálculos da administração, essa parceria em Paranaguá permitirá que a carga seja escoada em 100 vagões por dia, percorrendo uma distância de 200 quilômetros de forma rápida e direta até os navios. A estimativa é de que durante o pico da safra sejam utilizados cerca de 70% da capacidade do complexo.

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