Entidades pedem rigor na apuração da morte de repórter

Entidades ligadas à imprensa e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) repudiaram ontem o assassinato do repórter Luiz Carlos Barbon Filho, de 37 anos, baleado sábado em um bar de Porto Ferreira, na região de Ribeirão Preto. ?Consideramos esse crime um ato de suma gravidade, que as autoridades locais devem investigar com seriedade e profundidade?, afirmou o presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), Gonzalo Marroquín. A Polícia Civil já sabe, com base no cartucho recolhido e no depoimento de duas testemunhas, que a arma do crime é uma espingarda calibre 12.

A vítima produziu reportagens, em 2003, sobre um grupo de políticos e empresários locais envolvidos em aliciamento de menores. Segundo sua mulher, Kátia Rosa Camargo, o jornalista recebera ameaças por cartas e telefonemas. De acordo com o delegado Eduardo Campos, a vítima tinha vários desafetos, incluindo autoridades, por sua atuação como repórter, o que deve dificultar as investigações sobre a autoria do assassinato.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) alertou para os riscos à liberdade de imprensa que o crime representa. ?O fato de o crime ter sido cometido em local público, de modo premeditado e com extrema violência, revela tentativa clara de intimidação da imprensa e de impedi-la de cumprir sua obrigação de relatar fatos à sociedade?, afirma trecho de comunicado assinado pela diretoria da Abraji.

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