Entidades criticam políticos que votaram pela reabertura dos bingos

Entidades ligadas à ética na política e aos jogadores compulsivos criticaram nesta quinta-feira a posição dos senadores, entre eles o paranaense Alvaro Dias (PSDB), que votaram contra a Medida Provisória do governo federal que pretendia acabar com os bingos e caça-níqueis no país.

Para o diretor executivo da organização não-governamental (ONG) Transparência Brasil, a derrota do governo não significa uma pressão dos que defendem o jogo no país, “mas a comprovação que está deteriorada a relação entre o executivo e o legislativo federais”.
Para ele, o governo federal perdeu o controle de sua base no Congresso, o que pode comprometer o futuro do governo petista. “O jogo não deveria ser legalizado porque rouba a poupança dos pobres e é uma atividade improdutiva que não gera nada. Mas o que houve no Senado foi a comprovação da pressão pela barganha entre alguns senadores e o governo federal. Mas os eleitores devem estar atentos porque nem toda pressão é justa”, afirmou.

O ex-jogador compulsivo e hoje coordenador da Irmandade dos Jogadores Compulsivos (IJA), Camilo Luiz de Morais, também criticou os senadores que aprovaram a volta dos jogos de azar no país. “Eles deveriam ter pensado nas pessoas que perdem seus salários, suas famílias e sua dignidade com esses jogos. A abertura dos bingos atrapalha o tratamento dos jogadores compulsivos e vai criar outros viciados, o que é uma tragédia”, afirmou.

Votação

Até mesmo o senador pedetista Osmar Dias, que disse que votou a favor do governo e afirmou ser favorável ao fim dos jogos de azar, afirmou que os parlamentares que votaram contra a Medida Provisória “não trataram o assunto com a seriedade, relevância e urgência que exigia”.

Na votação ocorrida nesta quarta-feira, pelo menos cinco dos 16 senadores do PMDB, partido que faz parte da base de apoio do governo no Congresso, votaram favoravelmente ao arquivamento da MP. Já o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante, se ausentou da votação porque viajou para Salvador onde foi acompanhar o velório do seu ex-sogro.

Com isso, a Medida Provisória que pretendia proibir os bingos e caça-níqueis em todo o país foi arquivada por 32 votos a favor e 31 contra. O senador petista Flávio Arns estava em Maringá durante e não participou da votação.

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