Energia domina encontro de Lula e Kirchner na Argentina

A questão energética na região foi o principal assunto da longa reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Néstor Kirchner, nesta sexta-feira (27), em Buenos Aires. Antes de embarcar de volta ao Brasil, o presidente Lula disse que ele e Kirchner "temos a clareza de que precisamos discutir com mais profundidade a situação energética do nosso continente, sobretudo a situação do Brasil e da Argentina".

Nesse sentido, Lula opinou que "ainda não exploramos o potencial que temos para trabalhar, seja do ponto de vista da energia elétrica, seja do ponto de vista da energia nuclear, do biodiesel, da biomassa ou até da eólica, as termoelétricas de carvão, gás, biodiesel". Por isso, Lula anunciou uma reunião da comissão bilateral de energia no próximo dia 15 de maio "para discutir os problemas que temos e ver conjuntamente o que podemos fazer para melhorar a situação energética do Mercosul, da América do Sul, do Brasil e da Argentina". O presidente brasileiro ressaltou que esse desenvolvimento é importante "para que os dois países possam aumentar a independência no setor energético".

O presidente negou uma discussão com Kirchner sobre a resistência do venezuelano Hugo Chávez no desenvolvimento do projeto de biocombustíveis que ele pretende instalar na região. "Não falamos da Venezuela, nem do etanol. Até porque a política do etanol no Brasil existe há 30 anos e essa política tem crescido. O mundo, para cumprir o protocolo de Kyoto, vai ter que despoluir os combustíveis existentes, vai precisar misturar o etanol ou outro tipo de biocombustível. Então, é só uma questão de tempo".

Lula fez questão de lembrar que a Venezuela "é um comprador do etanol brasileiro e recentemente comprou três navios, além de querer fazer um contrato de longo prazo". Ele esclareceu ainda que "o Brasil não quer uma política de etanol só para o Brasil, o que nós queremos é que na discussão do biocombustível a gente pense como desenvolver os países mais pobres da América Latina e também do continente africano. Possivelmente, seja a agroenergia que possa possibilitar que países que há 300 anos são pobres conquistem um pouco de dignidade econômica".

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