Garantir um leite de melhor qualidade e ser mais competitivo no mercado. Estas foram algumas das questões discutidas, nesta sexta-feira, em Araucária durante o 2° Encontro Sul Paranaense sobre Pecuária Leiteira.
Representantes de associações e cooperativas, técnicos do setor agropecuário e produtores de leite de 15 municípios da região sul do Estado debateram as atuais dificuldades e entraves na atividade, reafirmaram o potencial do setor no Paraná e discutiram ações voltadas para a produção sustentável do leite no Estado. Durante o evento, foi laçado o Programa de Renovação Genética Bovino Leite.
Na cerimônia de abertura, o vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, destacou a participação das mulheres no evento e na atividade. Ele também elogiou as parcerias feitas com o objetivo de desenvolver políticas agrícolas que beneficiam a agricultura familiar do Paraná. ?Aqui, trocamos experiências, idéias e conhecimentos. Precisamos estar cada vez mais organizados. Isto acaba refletindo num melhor preço do produto?, lembrou.
Quanto ao leite produzido no Paraná, o secretário lembrou os esforços do Governo do Estado para assegurar a qualidade do alimento que chega até o consumidor. ?Trabalhamos para garantir a segurança alimentar. Com ela, a saúde e o bem-estar estão garantidos. Paralelamente, quem produz o alimento obtém uma melhor renda?, disse.
O diretor-geral da Secretaria da Agricultura, Newton Pohl Ribas, destacou o potencial da região sul na produção agropecuária do Paraná. Ele também defendeu a capacitação e o treinamento dos produtores.
?Nosso desafio é trabalhar cada vez mais em cima da qualidade do leite. Assim, preparamos nossos produtores para que atendam as novas exigências de mercado, defendidas pela Instrução Normativa Nº 51. Com produto de melhor qualidade, todos ganham: os produtores, a indústria e os consumidores?, afirmou.
O delegado regional do Ministério da Agricultura no Paraná, Valmir Kowaleski, disse que a Instrução Normativa Nº 51 vai melhorar a qualidade do leite em diferentes aspectos. ?A partir de 1.º de janeiro de 2006 as exigências quanto à qualidade do leite junto aos produtores e as cooperativas serão mais rigorosas?, comentou.
Além do público poder discutir o futuro da pecuária leiteira, o Encontro serviu para divulgar as novas tecnologias de produção. ?O importante é que essas tecnologias são para as pequenas propriedades?, disse o diretor administrativo da Emater, Eliel de Freitas. Segundo ele, o evento atendeu principalmente as expectativas dos pequenos produtores, que são o público prioritário da Emater.
Para a produtora Regina Maria Kadonsqi Dural, participar do evento é a oportunidade para aprender mais sobre a atividade leiteira. ?Aqui, eu posso aprender muitas coisas. Daí, eu repasso para os vizinhos todas as informações que obtive. O que é bom precisa ser divulgado?, disse.
Na propriedade de 21 hectares, no município de Araucária, Dural e a família cultivam feijão e milho. Mas o carro-chefe do lugar é a produção leiteira. São produzidos 100 litros de leite por dia. Segundo a proprietária, a produção deve aumentar nos próximos meses.
O secretário da Agricultura de Araucária, João Batista Marino, lembrou que o Encontro é resultado da valorização da pecuária leiteira na região. ?É importante investir para que haja uma melhoria da produtividade do leite. E isto, através da troca de informações, é facilitado?, afirmou.
Dos R$ 87 milhões do Valor Bruto da Produção (VBP) do setor agropecuário de Araucária, R$ 27 milhões são provenientes da atividade pecuária. Mensalmente, o município entrega cerca de 50 mil litros de leite para o Programa Leite das Crianças. No município, 1.912 crianças são atendidas pelo Programa. O alimento é disponibilizado em 20 pontos de distribuição, entre escolas municipais e estaduais.