Encontro discute os rumos da apicultura paranaense

A instituição da Câmara Técnica do Complexo Apícola, como parte do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Cedraf), é o tema principal do Encontro Estadual de Apicultura, que acontece nesta sexta-feira (22), no anfiteatro da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), em Curitiba.

O vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, disse que, através da iniciativa, os apicultores do Paraná vão ter acesso às informações atualizadas sobre esse segmento do agronegócio. ?E também poderão debater sobre as diferentes questões relacionadas à apicultura e contribuir para a estruturação de políticas públicas para o setor?, disse.

Além da exposição sobre a Câmara Técnica, o público terá palestras sobre o projeto de apicultura APA do Iraí e a sanidade da abelha africanizada. Será apresentado ainda o estudo da ?Cadeia Produtiva da Apicultura Paranaense?.

O consultor de estratégias e diretrizes do Sebrae-Pr, Ricardo Schiffini Dellaméa, que vai apresentar o estudo sobre a cadeia produtiva, informou que os produtores vão ter a oportunidade de conhecer mais sobre o mercado e suas tendências, bem como o potencial da cadeia produtiva do mel e derivados no Paraná e no Brasil. ?O produtor precisa partir da visão de elo para ter a visão de cadeia?, comentou.

Quanto ao potencial do mercado de mel e derivados no Paraná, Dellaméa é otimista, ?desde que se trabalhe a questão de agregação de valor e diferenciação dos produtos apícolas?. Em sua opinião, o mercado mundial de mel e derivados cresce mais que a oferta dos produtos. Prevalece a idéia de que vender mel significa vender saúde. Existe todo um mercado de produtos farmacêuticos e de beleza, que pode ser explorado?.

Câmara Técnica

Para o médico veterinário, Roberto de Andrade Silva, do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a Câmara Técnica será um espaço permanente para se discutir e debater as principais questões relacionadas à apicultura do Paraná. ?A Câmara vai reunir todos os atores da cadeia produtiva da apicultura, como produção, processamento, distribuição, comercialização e os segmentos que produzem equipamentos e embalagens?, afirmou.

Segundo ele, a criação da câmara vai incentivar a formulação de políticas para o desenvolvimento não apenas da apicultura, como também, da agricultura de polinização. ?A iniciativa vai contribuir para a conservação do meio ambiente?, acrescentou.

Além de propor medidas para o desenvolvimento do setor, a câmara vai possibilitar uma maior integração entre produtores, entidades associativas, processadores, indústria, pesquisa, extensão e assistência técnica. ?É necessário criar estratégias para inserção da apicultura no desenvolvimento sócio-econômico e ambiental da agricultura familiar paranaense?, disse.

Incentivo – Para o presidente da Federação de Apicultores do Paraná (Fepa), Lothario Lohmann, a criação da Câmara Técnica veio na hora certa, porque o ?nosso setor estava esquecido, sem incentivos. O desânimo provocou uma falta de união dos produtores. Agora, sentimos que podemos dar a volta por cima?.

Ela revelou que os últimos incentivos ao setor, até então, ocorreram na primeira gestão do governador Roberto Requião, em 1993. ?Naquele ano, recebemos equipamentos indispensáveis a nossa atividade, como cilindro e centrífugas?, lembrou Lohmann, destacando que o setor só pode voltar a crescer com o apoio do governo. ?Sentimos que, agora, isso vai ser possível. É preciso levantar o astral do apicultor paranaense. Sem o apoio do governo, não tem como o setor funcionar?, disse.

Profissionalismo ? Quanto ao potencial da apicultura paranaense, o produtor Adhemar Pegoraro acredita que os avanços serão inevitáveis a partir de uma maior capacitação dos agricultores. Pegoraro, que também é professor de apicultura na Universidade Federal do Paraná (Ufpr), afirmou que são necessários mais cursos, treinamentos e uma melhor infra-estrutura coletiva, como a unidade de beneficiamento do mel, onde vários produtores possam desenvolver a atividade a um custo menor.

No ano passado, o Brasil exportou 21.028 toneladas de mel: 9,1% a mais que em 2003, quando o volume exportado foi de 19.273 toneladas. Estes números comprovam a tendência do mel nacional estar cada vez mais presente no mercado internacional.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), mostram que em 2004 o Paraná exportou 1.735 toneladas. Em 2003, de acordo com o IBGE, foram produzidas 4.068 toneladas de mel e o Estado ocupou o terceiro lugar no ranking de produtor de mel do País, que naquele ano teve uma produção de 30 mil toneladas.

Serviço – Para mais informações sobre o encontro, os interessados deverão entrar em contato com a Secretaria da Agricultura, através dos telefones: (41) 3313-4000 e (41) 3313-4132.

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