Belo Horizonte (AE) – A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) detectou o primeiro foco de ferrugem asiática da soja. O fungo foi identificado em uma propriedade no município de Água Comprida, no Triângulo Mineiro, em cultivar transgênica em área comercial.
Segundo o pesquisador da entidade, Roberto Zito, a ocorrência da doença pode ter sido motivada pelo plantio precoce de soja. Nos últimos dois anos, os primeiro focos de ferrugem foram observados a partir do início do mês de dezembro. No ano passado, de acordo com o pesquisador, 100% das lavouras apresentaram a presença do fungo, sem que necessariamente tenham sido contaminados. "As chuvas que caíram em outubro podem ter contribuído para o surgimento da doença mais cedo este ano", afirma o pesquisador.
Na safra passada, conforme Zito, os produtores foram bem instruídos sobre a aplicação de fungicidas mas, ainda assim, algumas propriedades tiveram perda de até 60% da produção. A ferrugem foi confirmada em análise do laboratório de fitopatologia da Epamig. A disseminação da doença a partir de agora, segundo o pesquisador, vai depender do clima nos próximos meses. Por causa da constatação da presença do fungo na região, os agrônomos recomendam que as pulverizações sejam antecipadas.
Em Minas, segundo os últimos dados da safra 2004/2005 de soja divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a área plantada atinge 1,12 milhão de hectares, com uma produção de 3 milhões de toneladas e rendimento de 2.686 quilos/hectare.