Empréstimos crescem, mas ainda não satisfazem

Apesar do volume de crédito ter crescido 17,6% em 2004, segundo dados do Banco Central (BC), analistas não se animaram. A visão comum é de que, mesmo com a evolução expressiva em termos nominais, o crédito continua registrando volumes muito aquém dos esperados para o País.

De acordo com os dados divulgados ontem pelo BC, o volume total dos empréstimos atingiu R$ 484 bilhões no ano passado. Para as pessoas físicas, as concessões somaram R$ 125,7 bilhões e, para indústria, o total emprestado foi de R$ 124,7 bilhões. A participação do crédito no Produto Interno Bruto (PIB) ficou em 26,3%, uma alta de 0,5% sobre dezembro de 2003. "Para um país como o Brasil, que espera crescer muito ao longo dos próximos anos, o crédito ainda deixa a desejar e registra volumes muito baixos se comparado a outros países que possuem economias de menor porte", diz o analista da ABM Consulting, Antonio Carlos Carvalho.

De acordo com o analista, a alta dos volumes não tem repercutido da maneira desejada sobre as taxas cobradas nos empréstimos, principalmente para as pessoas físicas. Enquanto as concessões para esse segmento registraram uma alta de 28,9% ao ano, as taxa médias cobradas nessa linhas recuaram apenas 5,1%, para 61,5% ao ano. "Esse é um grande problema, pois as perspectivas de endurecimento da política monetária não permitem que os bancos abaixem as taxas nas mesma proporção da ampliação das carteiras de crédito".

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