Empresas questionam cancelamentos de vôos na crise

O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) encaminhou nesta sexta-feira (17) um ofício ao comando do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), solicitando ao órgão ligado ao Comando da Aeronáutica a comprovação de que as companhias aéreas têm aproveitado o apagão aéreo para cancelar vôos com poucos passageiros. A medida foi tomada em resposta às declarações do chefe do Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA), major Ary Rodrigues Bertolino, que responsabiliza as empresas pelos transtornos aos passageiros.

Em declarações à imprensa, Bertolino alegou que durante o período mais crítico da crise nos aeroportos, gerado pela operação-padrão dos controladores de vôo de Brasília, as companhias aéreas foram responsáveis por 95% dos cancelamentos registrados. Os 5% restantes o major atribui à falta de controladores, o que reduziu o número de aeronaves monitoradas por cada profissional.

"Pedimos que eles indiquem, porque a acusação é muito grave, quais companhias fazem isso, os locais onde os cancelamentos ocorreram e o motivo", afirma Hélcias, relatando que é comum no setor cancelar um vôo com poucos passageiros e realocá-los em outra aeronave para o mesmo destino. Isso geralmente acontece, garante Hélcias, quando uma aeronave chega atrasada e encosta no horário do próximo vôo que está no horário.

O Snea também contesta a alegação da Aeronáutica de que muitos vôos estão sendo cancelados na ponte aérea, rota cujo controle de tráfego não é de responsabilidade de Brasília. "O tráfego aéreo na ponte Rio – São Paulo está condicionado, também, a atrasos ou cancelamentos de vôos em virtude desses mesmos motivos ocorrerem em vôos procedentes de outras partes do País. Por esta razão, e até mesmo para gerenciar a crise diminuindo o número de pousos e decolagens, houve o fusionamento de vôos", alega o Snea, em seu ofício.

Voltar ao topo