Empresariado vai a Lula e pede mais crescimento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou ontem à noite de jantar com pesos pesados do setor produtivo e ouviu pedidos por maior crescimento e menor gasto governamental. Oficialmente, tratou-se de encontro do presidente da República com empresários mas até ministros se complicaram na hora de definir o jantar.

Questionado se seria um evento de campanha, Guido Mantega respondeu: ?Você pode dizer que é ou não. Mas é à noite, fora do nosso horário de trabalho.? O anfitrião, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, descreveu o encontro como ?um diálogo informal com líderes do setor produtivo?. E se apressou em esclarecer que o jantar, com dois tipos de paella, havia sido custeado por ele e sua mulher.

O ministro Mantega e alguns dos 27 empresários presentes disseram que é necessário aumentar os investimentos no País. Para Mantega, o maior desafio é ter crescimento vigoroso dentro de padrões que permitam a criação de mais empregos e melhor distribuição de renda. ?Essa é a questão central que se coloca para um próximo governo?, deixou escapar o ministro, indicando que o encontro estava orientado para a discussão da agenda de um possível segundo mandato de Lula.

À pergunta se estava mesmo se referindo a um segundo mandato de Lula, respondeu: ?Não. É para o futuro. Daqui a pouco este governo termina e temos de acabar este ano com crescimento e pensar em deixar as condições favoráveis para que o crescimento continue no futuro, com taxas mais vigorosas.

Roger Agnelli, da Companhia Vale do Rio Doce, disse ao chegar que os empresários conversariam com Lula sobre logística na infra-estrutura, como portos, ferrovias e energia. Jorge Gerdau Johannpeter, do Grupo Gerdau, também afirmou que o governo precisa aumentar os investimentos no País, para que este se torne competitivo. Ele informou que hoje, na reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (CNDES), seus participantes discutirão a necessidade de aumento da poupança interna do País. Gerdau destacou que, da mesma forma que é necessário aumentar a arrecadação, é preciso que o governo se preocupe em reduzir gastos. ?Não é possível imaginar que o País possa crescer com o Estado do tamanho que está.

Lula

O presidente Lula disse ao chegar que, pela primeira vez, as empresas produtivas tiveram lucro maior que os bancos e isso demonstraria que ?valeu a pena investir no Brasil?. Também sustentou que os números da economia são ?os melhores possíveis?. ?Não há nenhum momento na história republicana em que a economia tenha dado um conjunto de solidez como agora?, completou. Colaboraram Lisandra Paraguassú, Adriana Fernandes e Lu Aiko Ott.

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