Emprego formal no Paraná cresceu 0,39% em janeiro

O Paraná expandiu em 0,39% o número de empregos com carteira assinada em janeiro, correspondendo à abertura de 6.158 vagas. Apesar do resultado ter sido melhor que o de janeiro do ano passado (0,33% e 4.932 postos de trabalho) e o segundo melhor desde 1990 (abaixo apenas do crescimento de 0,42% em 2001), ficou abaixo da média nacional de 0,43%. O número estimado de trabalhadores com carteira assinada no Estado passou para 1,574 milhão, conforme dados divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego.

Pelo quarto mês consecutivo, a Região Metropolitana de Curitiba (0,48%) registrou um crescimento superior ao interior do Estado (0,33%) na geração de empregos, totalizando 49,61% das novas vagas. “O desempenho da RMC foi superior porque houve demissão acentuada na indústria de alimentação, que está concentrada no interior. Por outro lado, os segmentos que contrataram estão mais presentes na RMC, como serviços gerais (principalmente hotéis e restaurantes) e construção civil”, considera o economista Cid Cordeiro, supervisor técnico do Dieese.

Em termos percentuais, o Paraná ficou em 13.º lugar no ranking nacional de geração de empregos em janeiro. Em números absolutos, ocupou a sétima colocação, atrás de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Minas Gerais e Mato Grosso.

Acumulado

Nos últimos doze meses (fevereiro de 2003 a janeiro de 2004), 63.596 novos empregos foram abertos no mercado formal paranaense. O incremento de 4,21% foi puxado pelo bom desempenho no interior do Estado, que teve ampliação de 5,90% e gerou 52.444 vagas – 82,46% do total do Estado. No mesmo período, o nível de emprego na Região Metropolitana de Curitiba aumentou apenas 1,76%, com a geração de 11.152 postos de trabalho. Com aumento superior à média nacional (3,18%), o Paraná ficou em sétimo lugar no ranking nacional de criação de empregos com carteira. Em números absolutos, teve o quarto melhor desempenho, precedido por São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

O crescimento do emprego paranaense nos últimos doze meses foi impulsionado por: comércio varejista (21.371 vagas), agricultura (6.626), serviços gerais (6.361), ensino (5.160), transporte e comunicação (4.473), indústria de madeira e mobiliário (3.883), comércio atacadista (3.805), indústria da alimentação (2.603) e têxtil e vestuário (2.474). As principais quedas foram registradas na construção civil (-3.722) e material elétrico e de comunicação (-930).

Desemprego

Foi de 7,1% a taxa de desemprego em janeiro na Região Metropolitana de Curitiba, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). Em comparação com as outras seis regiões metropolitanas avaliadas pelo IBGE, a de Curitiba continua sendo, pelo sexto mês consecutivo, a menor.

A maior taxa de desemprego no mês foi registrada em Salvador (16,2%), seguida de São Paulo (12,9%), Recife (12,8%), Belo Horizonte (12,3%), Rio de Janeiro (8,9%) e Porto Alegre (7,6%). A média nacional ficou em 11,7%.

Em relação a janeiro de 2003, a taxa na Grande Curitiba apresentou uma queda de 0,7 ponto percentual. Ou seja, há um ano o índice em Curitiba era de 7,8%. Já comparativamente a dezembro de 2003, houve um crescimento de 0,6 ponto percentual, uma vez que o índice no último mês do ano passado foi de 6,5%, o que representou a existência de 88 mil desempregados.

Números positivos no comércio

O comércio paranaense fechou 2003 com números positivos, conforme balanço divulgado ontem pelo Dieese e pela Federação dos Empregados no Comércio do Paraná. Com o crescimento de 6,97% em dezembro, comparado a dezembro de 2002, as vendas reais terminaram o ano com alta de 0,87% – o melhor resultado entre os estados brasileiros. A média nacional foi negativa: -3,68%. “O Paraná teve um baixo patamar de crescimento, que refletiu a queda de 7% na renda das famílias”, analisa o economista Cid Cordeiro, supervisor técnico do Dieese. O PIB do comércio brasileiro apresentou, em 2003, a maior queda desde 99: -2,6%.

O nível de emprego com carteira teve expansão de 7,46%, com abertura de 24.774 vagas – o terceiro melhor desempenho entre os estados brasileiros. O resultado foi impulsionado pelo interior do Estado (8,45%), “em função da boa produção agrícola”, comenta o presidente da Federação dos Empregados no Comércio do Paraná, Vicente Silva. Na RMC, o crescimento do emprego formal foi de 5,78%.

Na avaliação de Silva, o governo precisa criar outros instrumentos de geração de empregos além da expectativa de crescimento da economia. Nos próximos dias, as centrais sindicais lançarão uma campanha pela redução da carga horária de 44 para 40 horas semanais. Outra reivindicação, apresentada ao BNDES, foi a liberação de crédito especial para financiar geração de empregos, nos segmentos de pequena e média empresas, agricultura familiar e recém-formados. No Paraná, o comércio emprega 356.846 pessoas, 7,2% do contingente do setor no País. (OP)

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