Em discurso, líder libanês critica Israel, Síria e EUA

O líder do maior bloco parlamentar do Líbano, Saad Hariri, criticou duramente nesta quinta-feira (17) tanto Israel quanto a Síria num inflamado discurso nacionalista para centenas de seguidores. "A história de Israel é uma história negra, cheia de ódio, de destruição", afirmou ele saudando o deslocamento de tropas do Exército libanês para o sul do país. "Ataques de Israel podem destruir o Líbano (fisicamente), mas não tocará na unidade libanesa", continuou.

O filho do assassinado ex-premier Rafik Hariri, um destacado aliado dos Estados Unidos, disse que Israel tem uma história de "se alimentar do sangue" dos palestinos, libaneses e outros povos árabes. Hariri também atacou o maior aliado de Israel, os EUA, e afirmou que os planos de Washington de um novo Oriente Médio tornaram-se uma ilusão depois, segundo estimou, da vitória do Hezbollah apoiado pela Síria e Irã sobre Israel.

O porta-voz do Ministério do Exterior de Israel, Mark Regev, perguntado sobre o discurso de Saad Hariri, respondeu: "Com demasiada freqüência no mundo árabe, as pessoas pensam que legitimidade política se obtém com críticas a Israel".

Hariri também acusou o presidente da Síria, Bashar Assad, de tentar semear a discórdia no Líbano, onde tropas sírias mantiveram uma presença por 29 anos.

O filho de Rafik Hariri respondia ao discurso de terça-feira do líder sírio, no qual Assad acusou grupos anti-Síria libaneses de se aliarem a Israel, que causou tremenda destruição no Líbano com 34 dias de bombardeios.

Saad Hariri e seus partidários acusam a liderança síria de envolvimento no assassinato em 2005 de Rafik Hariri, um evento que gerou protestos maciços no Líbano e culminou com a retirada das tropas da Síria do país. Damasco nega qualquer envolvimento no ataque com caminhão-bomba que matou o ex-premier e outras 21 pessoas em Beirute.

As relações entre a Síria e o Líbano se deterioraram desde a saída das tropas sírias no ano passado. Entretanto, as tensões foram aliviadas durante os combates entre o Hezbollah e Israel, com a Síria recebendo dezenas de milhares de refugiados libaneses.

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