Em Curitiba, lanchonetes lucram com caos no aeroporto

A gerente da Lanches Jatinho, que possui cinco cafés no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, Hilda Biorchi, precisou refazer o horário de trabalho dos funcionários e reforçar o grupo que atua na cozinha. O número de plantonistas da noite foi ampliado para atender aos passageiros que precisaram ficar no aeroporto à espera dos vôos. "Tem que pôr gente para auxiliar, a fim de que não fique ninguém sem atendimento", disse. Mas ela ainda não sabe em quanto aumentou o movimento. "Desde domingo não consigo fechar os caixas", afirmou

Hoje um grupo de radialistas aguardava em uma das mesas o horário dos embarques para Belo Horizonte, onde transmitiriam o jogo entre Cruzeiro e Paraná Clube, às 20h30. A preocupação era conseguir chegar a tempo. "O tempo que conseguirmos chegar antes do jogo é lucro", disse o locutor da Rádio Iguaçu, de Araucária, Caio Júnior. A previsão inicial era chegar às 11h40 em Belo Horizonte, mas com o atraso na saída de Curitiba, às 14h30 Caio Jr. ainda estava em São Paulo. Como prevenção, a rádio deixou outro locutor de plantão para transmitir direto da televisão

O ex-ministro da Previdência Social Reinhold Stephanes ficou quatro horas, na noite de ontem, esperando vôo para Curitiba no aeroporto de Brasília. Conseguiu chegar por volta de 2 horas da madrugada. Hoje não tinha a mínima idéia do tempo que esperaria em Curitiba o vôo para Londrina, inicialmente marcado para as 10h35. "Mais uma vez se comprova a incompetência gerencial", afirmou. "Não é um problema de hoje, pois os controladores já falam há tempo sobre seus problemas.

De repente

Na opinião dele, é preciso que os responsáveis tenham uma previsão do que pode acontecer em seu setor. "É uma coisa elementar", ressaltou. Ele afirmou que, em outro país, numa situação de caos como a criada agora, o ministro da Aeronáutica ou o presidente da entidade responsável pela infra-estrutura aeroportuária já teria se demitido por incapacidade. "Por incompetência de meia-dúzia prejudica-se milhões", reclamou. "E o mais incrível é que ninguém vai perder o cargo por isso.

O escritor José Castello resistiu à tentação de retornar para casa quando soube que o vôo pela Gol, marcado para as 12h25 para Porto Alegre, tinha saída prevista para as 17h20. Ele provavelmente não conseguiria chegar à capital gaúcha para participar de uma mesa-redonda na Feira do Livro às 18 horas. Foi ao guichê da TAM tentar um lugar para o vôo das 10h45 que, naquele momento, já estava atrasado em uma hora. Foi informado para retornar às 13 horas. Deu certo. Com uma nova passagem, embarcou pouco depois das 14 horas. "Tem alguma coisa artificial nisso, porque não é possível que algo que funcionava há uma semana, de repente entra num caos", disse

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