Em 2005, economia sofreu com juros altos e câmbio sobrevalorizado, diz Furlan

A desaceleração no ritmo de crescimento da economia brasileira não é um "acidente" de percurso. Na avaliação do ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, Luis Fernando Furlan, a queda de 1,2% no Produto Interno Bruto (PIB), apontada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no terceiro trimestre do ano, é resultado de um "esforço deliberado de contenção de inflação". Em outras palavras, o ministro explicou que foram tomadas "medidas monetárias para que esfriasse a economia".

Questionado sobre o que foi "pior" para a economia em 2005, os juros altos ou a valorização do real frente ao dólar, Furlan disse que, para o mercado interno, "certamente foram os juros", enquanto que para as exportações, o câmbio, "pois os exportadores raramente transacionam seu capital de giro em taxas de juro baseadas na Selic { taxa básica de juros da economia }".

De acordo com o ministro, juros altos inibem as vendas no mercado interno, enquanto que o câmbio sobrevalorizado inibe a venda no mercado externo. "Estamos com um afunilamento de vendas no mercado interno pelo custo financeiro e, na exportação, pela rentabilidade", avaliou.

Ele destaca, no entanto, a existência de segmentos que registram bom desempenho, caso do setor automotivo. Outros, como calçados, estão sofrendo mais. "Esse é o setor em que a inflação aleija, mas o câmbio mata", avaliou Furlan, citando o economista Mário Henrique Simonsen.

Ainda assim, o ministro se disse "otimista" em relação a 2006 e assegurou que pretende permanecer no ministério até o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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