Efraim Moraes afirma que depoimento do irmão de Celso Daniel foi convincente

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, Efraim Moraes (PFL-PB) classificou o depoimento do professor Bruno Daniel, irmão de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André, assassinado há quatro anos, como convincente e emotivo. Moraes espera agora esclarecer as contradições entre o que os irmãos de Celso Daniel relatam e o depoimento de Gilberto Carvalho na acareação, marcada para o dia 26.

"Só nessa acareação será possível checar quem está falando a verdade. Vamos levar em consideração os fatos e não a emoção", disse o senador.

O líder do PFL no Senado e membro da CPI dos Bingos, José Agripino (RN) também avaliou como sincero o depoimento de Bruno Daniel. "Os irmãos insistem que o crime foi político. Então, ele certamente possui razões políticas, o que envolveria o PT. Por isso o presidente Lula não quer as investigações", afirmou.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que também integra a CPI, discorda. Ele afirma que o presidente Lula tem apoiado as investigações. "O presidente, até mesmo por razões pessoais, tem o maior interesse na elucidação do que se passou com Celso Daniel, a quem ele considerava amigo. Acredito que a acareação poderá esclarecer alguns desentendidos", disse.

Até o momento, foram apontados pelo Ministério Público de São Paulo como envolvidos na morte do prefeito o ex-segurança Sérgio Gomes da Silva – mais conhecido como Sombra -, Klinger Luiz de Oliveira de Souza, ex-secretário municipal, os funcionários de empresas de engenharia Ronan Maria Pinto, Irineu Nicolino e Humberto Tarcísio, e Luiz Freitas, que trabalhava em uma transportadora.

A conclusão do inquérito policial apontou que foi um crime comum, mas a família defende que Celso Daniel foi morto por se contrapor a um esquema de "caixa 3" e pede a reabertura do inquérito. No depoimento de hoje, Bruno Daniel disse espera que a verdade venha à tona na acareação do dia 26.

"Nesse caso específico, Gilberto está mentindo. Ele nega que tenha contado para nós que encaminhava recursos do esquema de arrecadação de Santo André ao PT, para o deputado José Dirceu, e que em uma das oportunidades chegou a levar R$ 1,2 milhão em seu carro para São Paulo, morrendo de medo", disse.

Quando perguntado se a razão porque Gilberto Carvalho teria lhe contado o esquema de corrupção – como foi afirmado em depoimento anterior – logo após a morte de Celso Daniel era uma tentativa de intimidação, para que a família não tivesse interesse em investigar o caso, Bruno disse que "é uma hipótese a ser considerada. Desde o primeiro momento, a família decidiu que não seria o possível envolvimento de Celso Daniel com esse esquema que faria com que desistissem de saber a verdade".

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