Efeito câmbio preocupa o Minstério da Fazenda

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que não está preocupado com a queda de 1,4% registrada na produção industrial em setembro. Ele ressaltou que existem indicadores apontando para o crescimento da produção industrial em outubro, como é o caso da produção de veículos. ?A gente não pode ficar assustado porque num mês cresceu menos e no outro vai crescer mais?, disse.

No Ministério da Fazenda, porém, o fraco desempenho da indústria acendeu um alerta em torno do câmbio. ?Há uma preocupação se a taxa de câmbio está tornando inviáveis alguns setores e estamos analisando essa questão?, disse ao jornal O Estado de S.Paulo o secretário-adjunto de Política Econômica, Nelson Barbosa. Ele admitiu que o governo pode rever sua projeção de crescimento deste ano, hoje em 3,7%, dependendo dos resultados do terceiro trimestre que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciará no fim do mês.

Lula escolheu o crescimento acelerado com inclusão social como o centro de seu segundo mandato. Ontem, em palestra a educadores da área de tecnologia, o presidente deixou claro que pretende reforçar o desempenho da economia, mas isso não ocorrerá às custas de sacrifícios na área social. Foi um recado aos que defendem cortes nas despesas como condição para o crescimento sustentado.

?Em vez de discutir onde vamos cortar, temos de discutir onde crescer, como crescer e como fazer justiça social neste País, que precisa de justiça mais do que nunca.? Ele defendeu aumento salarial para professores. ?Tenho dito publicamente: chega de tentar economizar às custas do já miserável salário das pessoas neste país. É preciso que a gente economize em outras coisas, é preciso que a gente tenha consciência.

Para minimizar o impacto do desempenho negativo da indústria, Lula citou o desempenho das montadoras. Depois da queda na produção ocorrida em setembro, elas registraram em outubro crescimento na produção de 10,9%, semelhante ao de agosto, segundo dados divulgados ontem pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

?Se você pegar hoje, a indústria automobilística já recuperou o que ela cresceu no mês de agosto?, disse. ?A questão do crescimento está em curso?, salientou. ?Estou convencido de que a economia está preparada para crescer mais do que estamos habituados.

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