Educação e álcool elevam IPC-S para 0,76%

Rio – A disparada nos preços de cursos formais (2,12%) e combustíveis (2,20%) elevou a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S). O indicador subiu 0,76% na semana encerrada em 15 de janeiro, ante 0,69% no período anterior. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o IPC-S atingiu o maior nível desde a última semana de maio do ano passado.

Para o economista da FGV, André Braz, a taxa não é preocupante, pois é causada por elevações de preços que já eram previstas pelo mercado, como o reajuste em cursos formais. Segundo ele, os aumentos mais fortes em cursos e combustíveis provocaram a aceleração de preços nos grupos educação, leitura e recreação (de 1,19% para 1,91%) e transportes (de 0,70% para 1 18%). "Foram esses dois grupos que mais influenciaram a alta do IPC-S", disse Braz.

O técnico da FGV lembrou que, no caso de cursos formais, a alta é explicada por fatores sazonais: janeiro é a época do ano em que mais se promovem reajustes de preços em mensalidades escolares. No caso dos combustíveis, o que está pressionando é a disparada do preço do álcool (de aumento de 5,58% para 9,19%). "Há problemas de demanda maior do que oferta", lembrou o economista. A elevação mais intensa no preço do álcool também puxou para cima o reajuste da gasolina (de 0,64% para 1,46%), que conta com 25% de álcool em sua composição.

O IPC-S teria registrado taxa maior não fosse a desaceleração dos reajustes dos alimentos (de 1,42% para 1,36%). "O fato dos preços dos alimentos terem subido menos conteve um pouco a aceleração do IPC-S", disse Braz.

Segundo o economista, a próxima taxa do IPC-S deve registrar "mesmo nível de elevação" do registrado no indicador anunciado hoje (16). Para ele, a possibilidade mais provável é de que ocorra uma espécie de equilíbrio entre a aceleração de preço em cursos formais (que devem continuar subindo ao longo de janeiro) e a continuidade de desacelerações nos alimentos. Isso conduziria a uma taxa de IPC-S muito parecida ao resultado divulgado hoje, na avaliação de Braz.

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