Volume de cheques devolvidos cresceu

São Paulo (AE) – O volume de cheques sem fundos devolvidos cresceu em outubro em todo o País e atingiu a segunda maior marca de 2004. De acordo com levantamento divulgado ontem pela Serasa, foram compensados 167,6 milhões de cheques, dos quais 2,8 milhões devolvidos por falta de fundos, o que corresponde a 17 devolvidos a cada mil. O índice é 11,8% superior ao verificado em setembro, quando foram compensados 171,9 milhões e os cheques devolvidos somaram 2,6 milhões (devolução de 15,2 a cada mil). No ano, além de representar a segunda elevação consecutiva, o resultado é somente menor do que a marca de março, que apresentou 17,2 cheques sem fundos por mil compensados.

Na comparação do índice de cheques devolvidos de outubro com igual mês do ano passado (15,9 a cada mil), verificou-se crescimento de 6,9%. Nos dez primeiros meses de 2004, foram compensados 1,741 bilhão de cheques, dos quais 27,5 milhões voltaram sem fundos (15,8 a cada mil). O resultado interrompeu a estabilidade constatada ao longo do ano e representou pequena evolução de 0,6%, em relação a igual período de 2003, quando o número de compensados foi de 1,864 bilhão e 29,3 milhões de cheques foram devolvidos (15,7 a cada mil).

Segundo a Serasa, o novo aumento do índice de devolução pode ser atribuído à falta de metodologia adequada nas operações de venda a prazo com cheques pré-datados. "Na maioria das vezes, o lojista aceita um cheque pré-datado como se estivesse recebendo um cheque à vista, sem consultar informações adicionais como renda, tempo de serviço e outras informações usuais em operações de crédito", diz, em comunicado à imprensa, o diretor da Serasa, Laércio de Oliveira.

Como ocorreu no mês de setembro, os técnicos da empresa de análise de crédito voltaram a citar a influência dos recentes aumentos promovidos pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na taxa básica de juros. O procedimento teria encarecido as modalidades de crédito ao consumidor.

Outro ponto destacado pela Serasa foi o reajuste dos preços administrados, notadamente energia, telefonia e combustíveis, que teriam onerado o orçamento doméstico das famílias brasileiras.

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