Volkswagem demite e metalúrgicos param

Foto: Fábio Alexandre/O Estado
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Assembléia dos metalúrgicos na porta da empresa: preocupação com as demissões.

Em resposta às 27 demissões nesta semana, os trabalhadores da Volkswagen-Audi, de São José dos Pinhais realizaram paralisações no início de cada turno do expediente de ontem. Entre às 6h e às 8h e entre às 14h e às 16h15, nenhum funcionário da linha de montagem trabalhou, somando mais de três mil manifestantes. No período noturno, também estava prevista a paralisação.

O protesto, organizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) é pelo fato de a montadora ter dispensado esses 27 funcionários, mesmo tendo se comprometido a discutir o projeto de reestruturação da empresa (anunciado no início do mês pela Volkswagen do Brasil) com o sindicato, antes de promover as 1400 demissões previstas para a unidade de São José dos Pinhais.

"A empresa chamou a gente para conversar, marcou reunião para o dia 25, mas antes disso já está demitindo aos poucos. É contra isso que estamos protestando, e vamos realizar manifestações como essa a cada demissão que ocorrer", indicou o presidente do SMC, Sérgio Butka, que revelou estar organizando uma paralisação conjunta com as demais unidades do Brasil, mas teve de antecipar o manifesto no Paraná por conta dessas 27 demissões.

"Com o bom relacionamento do governo federal com o ABC Paulista, a tendência é que São José dos Pinhais seja a unidade mais prejudicada com essa reestruturação", alertou o vice-presidente, Cláudio Gramm. "Se uma empresa desse porte fechar as portas aqui, o governo do Estado e, principalmente a Prefeitura de São José dos Pinhais terão perdas incalculáveis", completou.

Para os funcionários, o momento é de incerteza quanto à permanência no cargo. "Não sabemos quais os critérios que eles usarão, não sabemos nem como devemos agir, se já temos que procurar outro trabalho", disse Roberto Martinelli, que trabalha há um ano e meio na linha de montagem da Volks.

"O que queremos é uma definição da empresa sobre como será essa reestruturação. Queremos transparência, precisamos saber o que realmente vai acontecer com a gente e quais as contrapartidas irão oferecer", destacou Gilson Ricardo Santos Batista, que é coordenador da Comissão de Fábrica. Segundo ele, a Volkswagen indicou que as demissões são isoladas e nada tem a ver com o plano de reestruturação, e ainda sinalizou que não haverá novas demissões até a reunião do dia 25. "Já é um avanço", reconheceu.

Por volta das 16h, quando preparavam-se para entrar na montadora, os cerca de 1400 funcionários que participavam do protesto vespertino decidiriam, em assembléia, fazer uma paralisação de 24 horas, caso haja alguma retaliação por parte da empresa.

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