Vale espera maior demanda por metais no 2º semestre

Depois de registrar um resultado ainda fraco no segundo trimestre, a Vale informou hoje que espera uma recuperação da demanda no segundo semestre de 2009, tanto no setor de minério de ferro quanto no mercado de níquel. Segundo o diretor de Finanças e Relações com investidores da Vale, Fábio Barbosa, a produção industrial está melhorando em todo o mundo, em especial nos mercados emergentes.

Ele destacou que os países ricos também apresentam melhora, apesar de mais tímida. “Os países desenvolvidos estão em um claro caminho para recuperação, apesar de estarem longe dos níveis de 2008”, disse Barbosa, em teleconferência com analistas. O executivo afirmou que a empresa continua disposta a investir no crescimento da sua produção, porque o longo prazo é “muito promissor”. No primeiro semestre, a Vale investiu US$ 5,2 bilhões.

O diretor da área de ferrosos, José Carlos Martins, disse que a produção de aço está se recuperando não apenas na China, mas também na Europa. Antes da crise, os países europeus eram um mercado mais importante do que a China para a Vale. No entanto, as vendas para a região caíram 80% desde o agravamento da crise, porque os europeus passaram a consumir estoques, sucata e minério próprio. Hoje, a China consome 66% das vendas da mineradora.

As perspectivas para o níquel também são favoráveis, de acordo com o diretor da área de não-ferrosos, Tito Martins. Além da maior demanda por aço inoxidável, principal consumidor do níquel, também existe uma maior demanda dos setores de baterias, eletrônicos e automóveis. “Nas últimas oito semanas, os preços subiram muito e a perspectiva é melhor para o segundo semestre”, disse. O executivo afirmou ainda que a empresa está reestruturando suas operações de níquel em busca de redução de custos. A companhia está procurando obter sinergias entre as diferentes operações de níquel em todo o mundo, enquanto renegocia contratos com fornecedores e prestadores de serviços.

Greve

A Vale informou hoje que as negociações da sua subsidiária Vale Inco com seus trabalhadores que estão em greve no Canadá ainda não foram retomadas. Os empregados entraram em greve há três semanas. “Não sabemos quanto vai durar”, disse Tito Martins. Segundo ele, a empresa pretende manter sua lucratividade em Sudbury e por isso não quer flexibilizar suas propostas. O executivo não quis informar qual é a quantidade de estoques de níquel da unidade. Segundo informações do sindicato United Steelworkers, os estoques seriam suficientes até o final de agosto.

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