Transporte coletivo mais caro

Com a alta do diesel, as tarifas de ônibus de Curitiba e Região Metropolitana podem subir pela terceira vez esse ano, já que o combustível representa em torno de 20% da planilha de custos das empresas de ônibus da capital. Extra-oficialmente, a informação é que a passagem poderia passar dos atuais R$ 1,40 (o último aumento foi em julho) para R$ 1,45 ou R$ 1,50. Nesse ano, a tarifa já subiu 12% em Curitiba. Se passar para R$ 1,45, acumularia variação de 16%.

A URBS (Urbanização de Curitiba S/A), empresa que gerencia o transporte coletivo de Curitiba, informou que somente hoje receberá as planilhas das empresas incorporando o reajuste de diesel. Segundo a URBS, o impacto do aumento do diesel nas tarifas será analisado em conversas com as dez concessionárias de transporte coletivo da capital. Por comprarem combustível a granel, as empresas negociam condições especiais de preços com as distribuidoras de diesel, destacou a assessoria de imprensa da URBS.

Na Empresa Cristo Rei, o aumento de 17% no diesel elevará a planilha em 3,5%. “Para que o sistema de transporte continue sadio, tem que ter aumento de 3,5% a 6%. Não existe nada em termos de custos que possa compensar a alta do diesel”, disse João Abu-Jamra Neto, diretor geral da Cristo Rei. Na avaliação dele, há dois fatores a serem considerados pela URBS nesse momento: além do aumento do diesel, começa nesse mês o dissídio dos motoristas e cobradores, que tem data-base em fevereiro. A folha de pagamentos representa metade dos gastos das empresas. “Talvez se espere para conciliar as duas coisas, mas não sei se a URBS tem suporte para segurar a arrecadação até fevereiro”, pondera.

Pelos cálculos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), somente o aumento do diesel, sem considerar outros custos, elevaria a passagem em 2,5%, de R$ 1,40 para R$ 1,44. “Normalmente a Prefeitura atualiza quando o combustível sobe, mas o fator eleitoral também pesa: já houve dois aumentos nesse ano”, observa o economista Cid Cordeiro, do Dieese.

Voltar ao topo