Tesouro dos EUA ficará com 36% do Citigroup

O acordo entre o banco norte-americano Citigroup e o Tesouro dos Estados Unidos anunciado nesta sexta-feira (27) não envolve investimento adicional do governo dos EUA, portanto, dos contribuintes, afastando a possibilidade de críticas quanto a atuação do governo junto às instituições financeiras.

Desde outubro do ano passado, o governo já injetou um total de US$ 45 bilhões no Citigroup, e também fechou um acordo para proteger o banco contra perdas de US$ 301 bilhões em ativos. Isso deu ao governo norte-americano uma participação de 7,8% na instituição.

Agora, com a conversão de até US$ 25 bilhões de ações preferenciais (PN) do Tesouro dos EUA em ações ordinárias (ON), o governo norte-americano poderá deter aproximadamente 36% em ações ON do Citigroup, transformando-se no maior acionista da instituição.

De acordo com nota distribuída pelo Citi, os demais atuais acionistas ficaram com aproximadamente 26%. Ainda, assumindo que o montante máximo da conversão seja feito, haverá diluição no valor das ações ON existentes em quase 75%.

Cingapura

Um dos fundos soberanos de Cingapura, o Government of Singapore Investment (GIC), informou hoje ter concordado em converter suas ações PN do Citigroup em ações ON, por US$ 3,25 a ação. O preço está bem abaixo do preço de conversão concordado originalmente, de US$ 26,35 por ação.

Em comunicado, o GIC informou que, após a conversão, sua participação no Citigroup subirá para 11,1%.

Segundo um documento enviado para o órgão que regula o mercado de capitais dos EUA (SEC) no fim do mês passado, o GIC detinha uma participação usufrutuária de 5,3%, ou 303,8 milhões de ações do Citigroup. Isso incluía ações PN que podem ser convertidas por 261,1 milhões de ações ON.

“Como acionista, o GIC apoia a iniciativa do Citigroup e do governo dos EUA de fortalecer a qualidade da base de capital do banco, à luz do ambiente econômico desafiador”, disse o GIC.

Baixa contábil

Paralelamente ao anúncio do acordo com o Tesouro dos EUA, o Citigroup informou nesta sexta-feira que irá registrar baixas contábeis de US$ 10 bilhões, dentro do balanço já divulgado do quarto trimestre do ano passado, o que implicará elevação do prejuízo de 2008 para US$ 27,7 bilhões. As informações são da Dow Jones.

Voltar ao topo