Foi inaugurada ontem no Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), em Curitiba, a usina piloto de biodiesel. Com produção em escala semi-industrial – capacidade para produzir entre 500 e 1.000 litros de biodiesel por dia -, a nova usina poderá utilizar como matéria-prima qualquer tipo de fontes renováveis, como óleos vegetais, gorduras animais e óleos utilizados para cocção de alimentos (frituras). Com isso, a idéia é que ela sirva como referência para projetos semelhantes, inclusive para cooperativas de produtores rurais. O investimento total foi de aproximadamente R$ 1,2 milhão – cerca de R$ 845 mil apenas nos equipamentos. A planta foi construída com recursos do Fundo Paraná.
?O objetivo dessa planta é fazer a avaliação da eficiência técnica com várias matérias-primas?, explicou o diretor-presidente do Tecpar, Mariano de Matos Macedo. Em outras palavras, a usina fará a análise de rendimento de determinada matéria-prima, volume de biodiesel produzido, quantidade de insumos utilizados. Com isso, o objetivo é fornecer orientação técnica para os pequenos produtores sobre as culturas mais rentáveis para a produção de biodiesel.
Inicialmente, a usina do Tecpar utilizará óleo de girassol como matéria-prima. ?Buscamos uma matéria-prima que não fosse tão importante para a alimentação como é a soja, além de ser uma cultura de inverno?, justificou o presidente do Tecpar. O equipamento, porém, pode receber outros tipos de óleos vegetais, além de gordura animal. De acordo com o coordenador de desenvolvimento tecnológico do Centro Brasileiro de Referência em Biocombustíveis (Cerbio), ligado ao Tecpar, José Carlos Laurindo, a miniusina começa a operar a partir de hoje e, durante os dez primeiros dias, funcionará em fase pré-operacional. O biodiesel produzido será utilizado para gerar energia para a própria usina e será testado em motores em geral, entre eles de tratores.
Vanguarda
Para o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, que participou ontem da solenidade de inauguração da planta de produção de biodiesel, o Paraná está na vanguarda quando o assunto é biocombustível. ?O Paraná saiu na frente nessa questão, tanto pelo Tecpar e suas pesquisas, quanto pela característica de contar com vários óleos para matéria-prima?, comentou. No Brasil, a adição de 2% de biocombustível ao óleo diesel será obrigatória a partir de 1.º de janeiro de 2008.
O ministro destacou ainda o importante mercado que se abre para o biocombustível. ?Há um mercado que se criou, como no passado se criou para o álcool. Isso é muito importante. Muitos produtos agrícolas podem ser transformados em óleo, mas resta discutir se são economicamente viáveis ou não?, arrematou, destacando a importância das pesquisas.