Tarifas públicas sobem 0,46% em agosto

Os preços administrados por contrato e monitorados fecharam o mês de agosto com alta de 0,46% em Curitiba. Foi o segundo aumento consecutivo; em julho, a variação havia sido de 1,97%. Os combustíveis e a telefonia fixa foram os itens que mais pressionaram o índice. Os dados fazem parte da pesquisa divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR), em conjunto com o Sindicato dos Engenheiros no Paraná (Senge-PR).

Os preços dos combustíveis foram os que mais subiram em agosto. Com exceção do gás de cozinha (GLP), que teve queda de 1,19% no preço, todos os demais registraram alta: de 1,30% no caso do álcool, 0,16% no diesel e de 1,66% na gasolina. ?No caso da gasolina, houve aumento da margem de lucro dos revendedores. Em junho, a margem era de 9,28%; em julho, passou para 12,80% e, em agosto, para 14,12%?, afirmou o diretor-presidente do Senge-PR, Ulisses Kaniak. Em agosto, o preço médio do litro da gasolina em Curitiba era de R$ 2,22.

A telefonia fixa também pressionou a inflação. Com o reajuste aplicado a partir de 4 de julho, houve aumento residual de 0,44% na assinatura e 0,44% no pulso. Houve ainda aumento residual da energia elétrica (quilowatt-hora), de 0,23%. A alta, porém, foi compensada pela queda de 29,32% no seguro-apagão, e o resultado foi redução de 0,26% na tarifa total de energia elétrica. O transporte coletivo também registrou aumento, de 0,83%, por conta do número de dias úteis ter sido maior em agosto.

Gasolina

O mês de setembro já iniciou com inflação estimada em 1,51% para as tarifas públicas. O impacto vem sobretudo da gasolina, que subiu 10% nas refinarias a partir do último sábado (dia 10), e que deve ter impacto de 8% no bolso do consumidor. ?A estimativa do mercado é que o reajuste reflita nas bombas em 8%, desde que a margem de lucro dos revendedores permaneça a mesma?, apontou o supervisor-técnico do Dieese-PR, Cid Cordeiro. Isso significa que, considerando o preço médio do litro da gasolina em Curitiba na primeira semana de setembro – R$ 2,19, conforme o levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP) -, o litro iria para R$ 2,38. No entanto, em muitos postos o preço está acima disso.

?O que chama a atenção é que sempre que há aumento dos preços dos combustíveis pela Petrobras, os postos aproveitam o momento para também aumentar a margem de lucro?, afirmou Cordeiro. Um exemplo, citou, foi a elevação da margem de lucro de 15% para 20% em junho do ano passado, quando a Petrobras autorizou o reajuste no preço da gasolina. De acordo com o economista, se os revendedores decidirem aumentar a margem de lucro, o impacto da alta nas bombas pode chegar a 13%. Nesse caso, dependendo o posto, o litro da gasolina pode custar até R$ 2,50.

Na Grande Curitiba, o peso da gasolina no orçamento familiar é de 4,5% e o impacto na inflação, de 0,36 pontos percentuais. ?Como o aumento aconteceu no dia 10 de setembro, o impacto na inflação de setembro será de dois terços e na de outubro, um terço?, explicou.

Além dos combustíveis, outros itens que podem pressionar as tarifas públicas até o final do ano são o pedágio e a tarifa de água e esgoto – reajustados normalmente em dezembro.

Refresco

Para Cid Cordeiro, a renda disponível do brasileiro deve finalmente melhorar. ?A expectativa é de um cenário bom para o orçamento das famílias?, apontou. Segundo ele, o orçamento doméstico é formado sobretudo pela alimentação e pelas tarifas públicas. ?A cesta básica (alimentação) vem registrando deflação. Já dentro das tarifas públicas, os principais itens como energia, telefonia, água e esgoto, são indexados pelo IGP-M, que está abaixo da inflação?, explicou. A expectativa do IGP-M nos 12 meses é de 1,65%. ?Após vários anos, finalmente haverá um refresco nas tarifas públicas.? Com exceção de setembro, a expectativa é que as tarifas públicas se aproximem de zero até o final do ano, arrematou. 

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