Subsidiária da Embraer testa avião a álcool

Ribeirão Preto – A Indústria Aeronáutica Neiva, de Botucatu (SP), subsidiária da Embraer, fará um vôo teste com um avião agrícola Ipanema movido a álcool no próximo dia 10. A empresa investiu US$ 300 mil para desenvolver as adaptações no motor e vai encaminhá-lo ao Centro Técnico Aeroespacial (CTA), de São José dos Campos, para homologação. A Neiva prevê que, em 18 meses, o avião possa ser homologado e tornar-se uma opção comercial para agricultores. Outro modelo que pode receber o motor a álcool é o T-25, avião para testes como os usados na Base Aérea de Pirassununga (SP).

Segundo o gerente-comercial da Neiva, Fabiano Zaccarelli Cunha, o avião a álcool consome 18% mais que o similar movido com avigás (gasolina para avião). A diferença é que o litro de avigás chega a custar R$ 3,90 em regiões como Mato Grosso, enquanto o álcool custa R$ 0,70 o litro. “O combustível é o mesmo usado nos automóveis, o álcool hidratado”, diz Cunha.

Se for certificado, o motor a álcool poderá equipar os aviões novos ou mesmo ser convertido. Cunha estima que existam 800 modelos Ipanema hoje no Brasil e cerca de 60 modelos T-25.

“Se os testes do CTA aprovarem, o motor poderá ser usado em toda a linha de aviões leves, como Cessna, Piper e Beach”, enumera Cunha. O Brasil é o segundo mercado de aviões leves do mundo, atrás apenas dos EUA.

O avião a álcool já foi testado no Brasil na década de 80, mas acabou sendo deixado de lado. Desta vez, os testes serão completos. “O motor passará por toda a bateria de testes exigida para uma certificação internacional”, diz Cunha.

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