Setor produtivo espera queda de 5% nos juros

São Paulo – O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Carlos Delben Leite, disse ontem que há enorme espaço e condições para que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduza, de uma vez só, a taxa Selic entre 4 e 5 pontos porcentuais. “Tecnicamente, é recomendável que o Copom baixe os juros nessa magnitude, até para evitar que o País entre de vez em um processo recessivo”, disse o presidente da Abimaq, da qual fazem parte 1,4 mil empresas. O setor fatura quase R$ 35 bilhões, exporta cerca de US$ 4 bilhões e emprega 175 mil trabalhadores.

De acordo com o executivo, há três meses, quando a Selic estava em 26,5% ao ano, a inflação projetada para 12 meses era de 18% a 19%. Hoje, disse, com uma projeção de inflação de 7% a 8% para os próximos 12 meses, não é possível deixar os juros nos mesmos níveis. “Caso contrário, a taxa real ficará muito mais alta do que três meses atrás”, afirmou, logo depois de abrir o seminário “Ações da Camex para o incremento e desburocratização das exportações brasileiras”, do qual participou o secretário-executivo da Camex, Mario Mugnaini.

Para Delben Leite, a queda da Selic permitiria ainda uma redução significativa da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), trazendo alento aos investidores, que no momento estão com projetos engavetados. Embora acredite que o governo não tenha, até agora, sinalizado sobre qual será a magnitude da redução dos juros, o presidente da Abimaq insistiu que um corte abaixo de 4 a 5 pontos porcentuais será insuficiente para a retomada do crescimento econômico.

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