Secretaria estimula plantio de florestas

O cultivo de florestas deixa de ser assunto exclusivo de atenção ambiental. A partir de agora, passa a ser tratado como propriedade da agricultura e, consequentemente, oportunidade econômica para o Paraná. Está constituída, na Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), a divisão de Cultivo Florestal que, ontem, lançou o Programa Florestal Produtivo, já apresentando dez projetos. A pretensão é gerar ganhos aos setores rural, industrial, comercial e de exportação.

Sendo madeira o segundo item da pauta de exportação do Estado, segundo o secretário da Seab, Newton Ribas, é importante essa consideração maior. ?Significa que o cultivo florestal sai da Secretaria do Meio Ambiente e vem para a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, para o sistema produtivo. Vamos tratá-lo da mesma forma que tratamos qualquer produto agrícola, com o mesmo enfoque?, explica Ribas.

Segundo ele, esta é uma maneira de investir na diversificação das propriedades rurais do Estado e, consequentemente, pode ser uma saída para a crise que o setor enfrenta, principalmente as pequenas e médias propriedades. ?A floresta pode ser uma reserva para o produtor rural. Seria uma poupança que a agricultura teria para o futuro. Além disso, estamos com o ?apagão? florestal sendo sinalizado e o setor de móveis e pequenas e médias indústrias do ramo precisam de madeira que, muitas vezes, têm que importar?, incentiva o secretário.

Programa

Como completa o novo chefe da divisão de cultivo florestal da Seab, Amauri Ferreira Pinto, o que se estabelece agora é um novo modelo para o cultivo florestal. ?Até hoje, o que tínhamos estava focado nos estoques das empresas, o que já está em falta. O setor madeireiro cresce em média 7,7% ao ano. Porém, hoje, o Paraná planta 53 mil hectares a menos de floresta do que necessita, ou seja, o déficit é grande?, afirma Amauri.

Lembrando que o setor é extremamente rentável, Amauri comenta que o produtor que tiver interesse em investir no cultivo florestal, não seria necessário abrir mão das demais produções e atividades da propriedade. ?Que insira a atividade florestal no sistema de produção. Quem não tem um, dois, três hectares que possa disponibilizar para isso, agregando valor?, questiona.

Ao apresentar o Programa Florestal Produtivo, o chefe da divisão afirma que a atividade, além de benefícios ambientais, obtidos com a captura de carbono, e econômicos, gera também benefícios sociais. ?Para cada cinco hectares de cultivo florestal são gerados 1 posto de trabalho no meio rural e dois ou três no meio urbano?, completa ele.

O primeiro passo da nova divisão da Seab, que já está funcionando, será alterar a legislação de transferência das atividades. Em seguida, projetos de incentivo; geração de conhecimento e tecnologias florestais; organização de informações do setor para o agronegócio; promoção de produtores florestais; certificação de sustentabilidade; entre outros, cujo orçamento total disponibilizado é de cerca de R$27,6 milhões, serão colocados em prática.

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