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Se olhada a conjuntura, governo não aprova reforma, diz cientista político

O cientista político Luciano Dias, sócio da CAC Consultoria Política, afirmou nesta terça-feira, 2, que, analisando a conjuntura política e o nível da articulação do presidente Jair Bolsonaro, o governo “não aprova reforma nenhuma”, em referência à Previdência. “O presidencialismo de coalização é um mecanismo preditor, que ajudou a prever o impeachment de Dilma Rousseff e ajudou a prever que Michel Temer teria mais capacidade para passar reformas, mas hoje, com o Bolsonaro, é um grande dilema, que não é simples de entender”, disse.

“Se olhar (o governo Bolsonaro), não aprova reforma nenhuma, o ministério não é técnico, é confuso”, afirmou Dias. “Em que medida o governo Bolsonaro vai entrar num governo Bolsonaro? Ele vai entrar, porque não há alternativa, mas não se sabe em que medida, é o que resta discutir”, afirmou. “Tem ministério dando chá de cadeira em parlamentar”, criticou.

Para ele, uma forma de pacificar essa relação com o Congresso seria montando um governo de notáveis, com nomes indiscutíveis, mas isso não tem sido feito.

Dias lembrou, como um exemplo de dificuldade para aprovar a reforma no Congresso, que metade da bancada do PSL, partido do presidente, é formada por delegados de polícia ou membros das Forças Armadas, que são categorias que seriam prejudicadas por uma reforma dura na Previdência.

O cientista político, contudo, acredita que há uma centro-direita disponível no Congresso para formar uma maioria no Congresso, que está fazendo um jogo político racional e razoável. “Falta apenas Bolsonaro se adaptar a essa realidade, é isso que vai determinar”, disse.

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