Rumores de nova ajuda do FMI derrubam o dólar

São Paulo  agências – O dólar teve ontem queda de 1,59%, sob a expectativa de um novo empréstimo do Fundo Monetário Internacional ao Brasil. Os rumores de um possível novo acordo com o FMI, pelo qual o Brasil teria direito a mais US$ 10 bilhões, começaram a circular no mercado ainda pela manhã. A origem da expectativa foi o anúncio de que Anne Krueger, número dois na hierarquia do Fundo, visita o Brasil na semana que vem.

A moeda norte-americana terminou em baixa de 1,59%, cotada a R$ 2,851 para a venda, um dia depois de ter atingido novo pico do real, a R$ 2,897. ?Correu no mercado o rumor de que, com a viagem do Fraga para os EUA, o FMI estaria disponibilizando mais 10 bilhões (de dólares) em caixa para este ou o próximo governo. Isso se encaixou com o encontro do Fraga com o Mercadante e o mercado começou a realizar lucros?, disse o gerente de câmbio de uma corretora paulista.
O deputado federal Aloízio Mercadante ?um dos articuladores econômicos de Lula ? reuniu-se ontem com o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, na sede do BC. Mercadante disse que reafirmou o compromisso de um possível governo petista com as metas fiscais. E afirmou que Fraga negou uma negociação em curso com o fundo. Para o gerente de câmbio do Banco Paulista, Tarcisio Rodrigues, os rumores de ajuda do FMI foram usados como desculpa para uma realização de lucros no mercado de câmbio, que não queria sustentar mais o patamar anterior do dólar.  Um eventual novo pacote poderia estar sendo desenhado pela equipe econômica brasileira e os economistas do fundo e para os analistas do mercado, seria um ?colchão? de segurança para a economia brasileira. ?Poderemos ter um ?colchão? contra a especulação eleitoral?, diz um analista de uma corretora de São Paulo. ?Com as conversas com o FMI, o BC poderá trazer uma nova surpresa ao mercado ao tirar essa carta da manga?, prevê um operador ao comentar a chance do pacote de transição.
Também houve rumores de um acordo entre todos os presidenciáveis, o governo e o FMI, para fortalecer o compromisso do país com o cumprimento das metas fiscais, independente de quem vencer a eleição. O ex-ministro Delfim Netto não acredita nesta possibilidade. ?Ninguém pode assinar um acordo de transição. De que vale uma assinatura de quem não é nada? Os candidatos não são nada, a não ser pretendentes a presidente da República?, disse Delfim. No entanto, com os ânimos renovados no mercado financeiro, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o pregão viva-voz em alta de 0,54%, aos 10.839 pontos e giro financeiro de R$ 397 milhões.

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