Redes hoteleiras investem em Curitiba

Mais de R$ 150 milhões estão sendo investidos na construção de quinze novos hotéis em Curitiba, com previsão de abertura até o final de 2005. Com 128 empreendimentos (entre hotéis e flats), o mercado curitibano é o terceiro maior parque de apartamentos, à frente de Fortaleza, Porto Alegre e Belo Horizonte. “Hoje já são mais de 8,6 mil apartamentos destinados ao turista de negócios e deverá chegar aos dez mil em bem pouco tempo”, prevê Cicero Vilela, diretor comercial da rede paranaense Deville.

Como forma de se manter competitivo no concorrido mercado hoteleiro de Curitiba, a Rede Deville anunciou ontem os últimos investimentos para modernização de suas unidades no Brasil. Há pouco mais de dois anos, o grupo iniciou a reestruturação de seus sete hotéis (cinco deles no Paraná), o que representou a injeção de R$ 5,8 milhões, recursos de um fundo criado a partir da retenção de 4% a 6% do faturamento mensal para serem usados em novos investimentos. Com isso e a reação do mercado, a previsão da rede para este ano é faturar R$ 31 milhões, um crescimento de 10% em relação ao ano passado.

O diretor-presidente da Rede Deville, Jayme Canet Neto, disse ter previsto a necessidade dos investimentos como recurso para resistir à acirrada concorrência e se sobressair no mercado bem antes de ela se estabelecer. “Há cerca de três anos e meio, tomamos a decisão de iniciar a modernização de nossas unidades, prevendo esse boom com o lançamento de flats e hotéis em Curitiba”, comenta Canet. No Hotel Deville Curitiba, está no início a remodelação da Torre Comendador, orçada em R$ 600 mil, com previsão de conclusão em seis meses. O primeiro e mais pesado investimento foi feito no São Paulo Marriott Hotel, em Guarulhos, único franqueado da Marriott Internacional na América do Sul. A obra consumiu R$ 2,7 milhões.

Canet lamenta o achatamento das tarifas decorrente do excesso de oferta. “As diárias em Curitiba, por exemplo, estão, em média, 18% menores que há três anos”, compara. A redução aconteceu em âmbito nacional. “Se antes um hotel econômico cobrava R$ 60 pela diária, o de cinco estrelas cobrava R$ 180; hoje essa margem caiu para R$ 120”, comentou. Para Vilela, esse achatamento das receitas e da lucratividade pode parecer bom para o hóspede hoje, mas, a longo prazo, pode gerar uma degradação. “O hoteleiro não vai poder manter o fundo para futuros investimentos nem para a qualificação de mão-de-obra”, observou.

Perspectivas

Apesar desse quadro, as perspectivas para o próximo ano são positivas e decorrem, principalmente, da inauguração de um novo centro de convenções em Curitiba – o Estação Convention Center, em abril – e da ampliação da área de convenções e modernização do Expo Trade, em Pinhais. A esperança é a de que esses empreendimentos atraiam à cidade um número bem maior de turistas de eventos e negócios, público-alvo da Deville. (Danielle de Sisti)

Potencial de expansão

A rede inglesa InterContinental Hotels Group abrirá dois hotéis em Curitiba, no Batel e em Santa Felicidade. O presidente do grupo na América Latina, Alvaro Diago, anunciou ontem que um terceiro empreendimento na capital está em fase de planejamento. “Curitiba é um mercado emergente, jovem e temos interesse em trabalhar com investidores da região. As marcas Holiday Inn vão promover a internacionalização de hotéis em Curitiba”, disse Diago. Valores de investimentos não foram divulgados.

Também no Batel, o BNDES está financiando R$ 5,7 milhões, 53% dos investimentos totais de R$ 10,7 milhões para a construção de um hotel de categoria econômica (três estrelas). O hotel da empresa Saha Administração e Participações Ltda será operado pela Hotelaria Accor Brasil, com o nome Hotel Íbis Curitiba Batel. Com 150 unidades habitacionais, o estabelecimento deve começar a funcionar em abril de 2004. O empreendimento gerará 120 empregos na fase de construção e 40 vagas diretos para operação.

Voltar ao topo